Os incêndios destruíram este ano mais de 20.000 hectares de áreas protegidas, queimando mais de 70% do Monumento Natural das Portas de Ródão e mais de metade da Paisagem Protegida da Serra da Gardunha. Segundo o mais recente relatório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), divulgado na passada sexta-feira, estima-se que até 30 de setembro arderam na Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP) 20.883 hectares de espaços florestais.
O ICNF destaca ainda o Parque Natural do Douro Internacional, pela maior extensão de área ardida em áreas protegidas até à data (7.392 hectares, cerca de 8,5% da área total do parque).
As áreas protegidas mais afetadas face à sua extensão foram o Monumento Natural das Portas de Ródão, com quase 72% de área destruída, e a Paisagem Protegida da Serra da Gardunha, com 52,4% da área afetada.
As áreas protegidas terrestres ocupam cerca de 712,5 mil hectares e os terrenos submetidos ao regime florestal 523 mil hectares (55 mil em matas nacionais e 468 mil em perímetros florestais).
O relatório do ICNF indica ainda que arderam 51% (1.265 hectares) da área do Parque Natural do Vale do Tua, 4,5% (149 hectares) da Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, em Macedo de Cavaleiros e Bragança, e 4,4% (3.962 hectares) da área do Parque Natural da Serra da Estrela.
Até final de setembro, segundo a cartografia do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais do Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia (EFFIS do JRC), conjugada com a análise de imagens dos satélites Sentinel e Landsat, estima-se que arderam 13.657 hectares de terrenos submetidos ao regime florestal (cerca de 2,6%).
De acordo com a mesma fonte, citada pela Lusa, a única mata nacional afetada foi a da Covilhã, onde se estima que tenham ardido quase 128 hectares (cerca de 32,3% da mata nacional).
Dos incêndios em matas nacionais e perímetros florestais, o ICNF destaca o perímetro florestal da serra da Estrela, designadamente o Núcleo de Cortes do Meio, pela maior superfície ardida (com 1.850 hectares).
Os perímetros florestais que se destacam pelas elevadas taxas de destruição são os de Castelo Novo (Fundão), de Louriçal (Castelo Branco) e de Alcongosta (Fundão), com mais de 93% de área afetada.
Os incêndios florestais queimaram este ano mais de 215 mil hectares, o valor mais elevado dos últimos 10 anos, segundo o relatório do ICNF, que indica que os grandes incêndios (mais de 100 hectares) foram responsáveis por quase 90% do total de área ardida.
Segundo os dados do ICNF, os piores anos de sempre em área ardida registaram-se em 2003 (425.839 hectares) e 2005 (339.089).