A importância da certificação nas empresas e o seu impacto no consumidor é um dos temas em destaque nesta edição da Ambiente Magazine. Fomos ao encontro da APCER (Associação Portuguesa de Certificação) e da SGS Portugal S.A, no sentido de perceber que tipo de requisitos são exigidos às empresas para obterem uma certificação e como é que os consumidores, enquanto agentes de mudança, reagem a esta tomada de posição por parte das entidades.
Com 25 anos de experiência, a APCER presta serviços de certificação, auditoria, educação & formação e opera globalmente, diretamente ou através de parceiros. Ana Nobre, Certification Technical Manager da APCER, acredita que a certificação do Sistema de Gestão Ambiental “ISO 14001” é uma “ferramenta essencial para alcançar uma maior confiança das partes interessadas”, ao mesmo tempo, que se assume como “um compromisso voluntário com a melhoria do seu desempenho ambiental”. Como requisitos, “as organizações devem implementar um sistema de gestão ambiental”, de acordo com as “condições da norma de referência”, que será avaliado pela entidade externa independente como, por exemplo, a APCER. Numa altura em que as questões ambientais são uma “prioridade na agenda política”, Ana Nobre nota que há uma “crescente preocupação” das organizações com os seus impactes ambientais e com a certificação de Sistemas de Gestão Ambiental, além de que os consumidores têm acesso a “mais e melhor” informação e são “mais exigentes e eticamente mais conscientes de que as suas escolhas são o principal estímulo para a adequação das organizações a um desenvolvimento sustentável”, assumindo-se como um “veículo de mudança” e exigindo que as “empresas tenham uma maior responsabilidade ambiental”.
A APCER disponibiliza serviços de certificação de acordo com as normas ISO 14001 e ISO 20121 (SG da Sustentabilidade de Eventos) e de verificação: CELE, PCIP, Pegada de Carbono, entre outros. A certificação ISO 14001 pode ser adotada por qualquer organização, pública ou privada, independentemente da sua dimensão e setor de atividade.
[blockquote style=”2″]A literacia ambiental dos consumidores aumentou e tem influência[/blockquote]
Em Portugal desde 1922, a SGS conta com uma equipa especializada, atuando nas áreas de Knowledge (Certificação, Consultoria e Formação SGS Academy), Connectivity & Products, Industries & Environment, Health & Nutrition, Natural Resources e de Digital & Innovation, entre outras: “Estamos constantemente a olhar para além das expectativas dos clientes e da sociedade em geral, com o objetivo de fornecer serviços líderes de mercado onde quer que sejam necessários”, afirma Ana Cristina Simões, product manager e knowledge da SGS Portugal. O consumo intensivo de recursos ou o aumento das emissões de gases com efeito de estufa são questões de “crescente preocupação” para empresas e consumidores. “Demonstrar comprometimento com as questões ambientais têm-se revelado um assunto que passou a fazer parte das preocupações do dia a dia das organizações”, refere a gestora, acrescentando que as orientações da Comissão Europeia ou temas como a Economia Circular têm levado as organizações a procurar entidades como a SGS para “avaliar que certificações existem e quais são as mais adequadas”
Sobre os requisitos, Ana Cristina Simões diz que, para além dos “referenciais de caracter obrigatório”, todos os outros são “aplicáveis a qualquer organização”. Para que possa ser certificada, a empresa terá de ter todo o “processo inerente ao referencial pretendido” implementado. “A partir daqui, e após o fornecimento de informação sobre as características da organização, a SGS elabora uma proposta ajustada e especifica”. Posteriormente, é “realizada uma auditoria para verificação da conformidade da organização para com o requisito aplicável, tendo em vista posterior emissão de certificado”, explica.
Tendo em conta a evolução do mercado e a adequação ao negócio, são várias as certificações disponibilizadas pela SGS como, por exemplo, os Sistemas de gestão ambiental (ISO 14001); a Verificação EMAS – Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria; os Sistemas de gestão energia (ISO 50001) ou o FER – Fim de estatuto de resíduos (plástico). De caracter obrigatório, destaque para as verificações CELE – Comercio Europeu Licenças de Emissão; SGSPAG (Sistemas de Gestão Segurança e Prevenção de Acidentes Graves) e PCIP (Prevenção do Controlo Integrado de Poluição). Apesar dos últimos dados, apresentados no ISO survey para o ano 2019, indicarem que Portugal está em “contraciclo” com o crescimento mundial alicerçado pelo crescimento da Europa face ao referencial ISO 14001, a procura por outros referenciais “ambientais” têm crescido. A isto, soma-se o crescimento da literacia ambiental dos consumidores e que influencia estas situações: “Todos os dias, somos inundados pelos media com esta questão: as políticas europeias de Ursula Van Der Leyen de nos tornarmos climaticamente neutros, na minha opinião, tem surtido efeito”, afiança.
*Este artigo foi publicado na edição 88 da Ambiente Magazine.
(FOTO: Facebook da SGS Portugal)