Cerca de 70% a 80% da Mata Nacional da Margaraça, em Arganil, ardeu
Cerca de 70% a 80% da Mata Nacional da Margaraça, classificada como Reserva Biogenética do Conselho da Europa, ardeu face ao incêndio de domingo, estimou o presidente da Câmara de Arganil, do distrito de Coimbra. “Ardeu uma parte significativa. Estaremos a falar de 70 a 80%” da mata, disse à agência Lusa o presidente do município, Ricardo Alves, que viu 92% da área florestal arder nos recentes incêndios que afetaram o concelho (cerca de 25 mil hectares).
A Margaraça era uma floresta caducifólia, composta, nomeadamente, por carvalhos, castanheiros, azevinhos, loureiros e freixos, registando-se ainda algumas espécies de orquídeas no seio desta mata nacional. Grande parte dos “principais pontos turísticos do concelho arderam” ou ficaram afetados com as chamas, como foi o caso da Fraga da Pena, situada em paisagem protegida da Serra do Açor, que tem uma queda de água de 19 metros. “A parte cimeira da fraga ardeu”, referiu à Lusa Ricardo Alves, sublinhando que “todas as praias fluviais” do concelho foram afetadas, a aldeia de xisto de Benfeita tem tudo “ardido à volta” e na também aldeia de xisto de Vila Cova de Alva arderam “casas no coração” da localidade.
A exceção é a aldeia histórica do Piódão, cuja localidade e encosta que a rodeia escaparam às chamas, observou. A fotografia-postal da aldeia de xisto continua preservada, “mas o sítio de onde se tira a fotografia está ardido e há um percurso até chegar ao Piódão que é devastador”, sublinhou Ricardo Alves.
*Foto de Lusa