A Cepsa apresentou, ontem, o estudo Cepsa Energy Outlook 2030, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Neste estudo, a empresa analisa as tendências e modelos socioeconómicos do mundo para explicar como será o mapa energético do futuro, integrando o mercado português.
Cepsa Energy Outlook 2030 tem dados específicos dedicados a Portugal, devido à importância geoestratégica do país, a liderança de Portugal no setor das energias renováveis europeu e as suas infraestruturas de armazenamento e produção de derivados do petróleo. A pesquisa dedicada a Portugal investiga o crescimento económico, tendências populacionais, regulação do setor e procura de energia, entre outros.
Héctor Perea, diretor de Estratégia da Cepsa, ressalvou que: “No nosso estudo, antecipamos a evolução do mix de energia: os derivados de petróleo continuarão a prevalecer, mas as energias renováveis serão as claras vencedoras.”
O mapa estratégico de Portugal em 2030
Os produtos de petróleo continuarão a liderar o mix energético português no futuro. De facto, o petróleo será responsável por quase metade do consumo energético em 2030. As energias renováveis como o gás natural e a biomassa continuarão, contudo, a crescer, em detrimento de combustíveis fósseis como o carvão. Após alguns anos de estabilidade, registar-se-á um decréscimo de 1,3% no consumo destes produtos, entre 2020 e 2030.
A eletricidade, que representa quase um quarto da procura energética em Portugal, irá favorecer a expansão de fontes de energia renováveis, especialmente na forma de energia eólica e solar. Segundo o estudo, em 2030, Portugal irá obter 65% do mix de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis, acima dos 60% que se irão registar em Espanha.
O futuro do transporte
A procura por combustíveis para uso rodoviário diminuirá 2,1 milhões de toneladas nos próximos anos, devido à crescente eficiência de novos veículos, em termos de consumo, e ao aumento da venda de carros elétricos. Veículos pesados, como camiões e autocarros, manterão uma procura mais ou menos constante, graças ao aumento da sua atividade e melhorias de eficiência mais modestas.
Os automóveis elétricos terão um crescimento moderado, mas contínuo, com uma quota de vendas de 15% do total, em comparação aos níveis insignificantes de hoje. No entanto, os híbridos serão mais competitivos e económicos e tornar-se-ão na opção preferida para cumprir com os objetivos de emissões da Europa, atingindo 35% do total. Portanto, espera-se que no ano 2030 metade dos novos veículos tenham algum tipo de eletrificação.
Reguladores, Energizers e Consumidores
Para a realização deste estudo, e sempre do ponto de vista energético, a Cepsa agrupou as regiões do mundo em três categorias, tendo em conta aspetos como a regulação, produção e consumo de energia. Assim, Reguladores, Energizers e Consumidores são as divisões que resultam deste estudo e o seu comportamento terá uma influência determinante no mapa energético de 2030.
Os Reguladores são os países da OCDE (exceto o México), expostos a um mercado regulado de energia e que prevêem uma queda na procura; os Energizers são os líderes na exportação de recursos energéticos (petróleo e gás), entre os quais se destacam a América Latina, a África, o Médio Oriente e as ex-repúblicas soviéticas; e os Consumidores são todos os países da Ásia, dado o elevado consumo de energia que terão no futuro.