As centrais termoelétricas a carvão da Europa emitem 18% dos gases com efeito de estufa na Europa e a sua redução terá de ser três vezes mais rápida que atualmente para limitar a subida da temperatura global, conclui um estudo revelado recentemente pela Greenpeace Reino Unido e pela Rede Europeia de Ação Climática (CAN Europe).
No ano passado, as 280 centrais a carvão da Europa, existentes em 22 Estados-membro, incluindo duas em Portugal, lançaram na atmosfera 762 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), uma quantidade semelhante às emissões totais de França, Espanha e Portugal juntos, segundo a análise realizada por aquelas entidades.
O documento salienta que “tal corresponde a quase um quinto (18%) das emissões totais de gases com efeito de estufa da União Europeia, uma fatia quase tão grande quanto a da responsabilidade do setor dos transportes rodoviários de toda a União Europeia (21%)”.
Segundo o documento, as emissões de carbono das centrais a carvão associadas ao seu envelhecimento “terão de descer três vezes mais rapidamente que a atual taxa [de redução] para estar em linha com os esforços globais para limitar o aquecimento a dois graus”.
Especialistas da Agência Internacional da Energia (IEA na sigla em inglês), citados no estudo, defendem que as emissões de carbono com origem na queima de carvão terão de descer em média 8% por ano até 2040 para manter o aquecimento global abaixo de dois graus. Mas, a análise da Greenpeace e da CAN Europe “mostra que as emissões com base no carvão só desceram uma média de 2,3% anuais nos últimos nove anos”.
Cerca de dois terços das centrais a carvão na Europa estão em funcionamento há 30 anos ou mais o que “as torna particularmente ineficientes – emitindo cerca de 30% mais que as novas centrais para produzir a mesma quantidade de eletricidade”.
As centrais a carvão são as maiores responsáveis pelas emissões de CO2, com cerca de um terço (31%) do total das emissões com origem na queima de combustíveis fósseis, refere a IEA.
Uma investigação da Universidade College London, igualmente citada pela Greenpeace, concluiu que 88% das reservas de carvão deviam ficar no solo se o objetivo é manter a subida da temperatura abaixo dos dois graus.