O presidente do Conselho Geral de Supervisão da EDP, Eduardo Catroga, disse ontem que metade dos custos da eletricidade para uso doméstico são “políticos”, afirmando que é “muito fácil” baixar o preço, se o Governo “baixar os impostos”. Portugal tinha no segundo semestre de 2015 a eletricidade e o gás para uso doméstico mais caros da União Europeia expressos em paridade de poder de compra padrão, divulgou na sexta-feira o gabinete de estatística europeu, o Eurostat.
“Cerca de 50% do preço da eletricidade são custos políticos. Portanto, é muito fácil baixar o preço da eletricidade, se baixarem os impostos”, respondeu Eduardo Catroga, depois de questionado por um sindicalista sobre os números do Eurostat numa conferência promovida esta tarde pela UGT, em Lisboa, segundo avança o Económico.
O presidente do Conselho Geral de Supervisão da EDP disse ainda que na fatura da eletricidade estão “os custos das renováveis, as políticas sociais, o audiovisual, dos subsídios às regiões autónomas”. Além disso, lembrou que “o segmento doméstico deixou de ser competitivo porque o anterior governo aumentou o IVA de 6% para 23%”.
Segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE, em Portugal, a eletricidade custava, na segunda metade do ano passado, 29,3 paridades de poder de compra padrão (PPS – unidade monetária artificial que elimina as diferenças de níveis de preços entre os países) por 100 kWh (quilowatt hora) e o gás 12,6 PPS.
O preço médio da eletricidade subiu 2,4% no segundo semestre de 2015 face ao de 2014 para os 22,4 euros por 100 kWh, enquanto o do gás desceu 5,5%, para os 9,8 kWh.
Na UE, o preço médio da eletricidade subiu, em termos homólogos, 2,4% e na zona euro 1,3%, para os 21,1 e 22,1 euros por 100 kWh, respetivamente, enquanto o do gás recuou 1,7% na UE para os 7,1 euros e 3,4% na zona euro para os 7,6 euros por 100 kWh.
Além de Portugal (29,3 PPS por 100 kWh), na Alemanha (28,3), em Espanha e na Roménia (26,5 cada) a eletricidade para uso doméstico tinha os preços mais altos face aos de outros bens e serviços, enquanto a Finlândia (12,3 PPS por 100kWh), a Suécia (14,6), o Luxemburgo (14,7) e a França (15,2) apresentavam os preços mais baixos.