Um problema que dura há mais de uma semana e afeta quase 500 milhões de pessoas. O Norte da China está a viver sob uma densa poluição desde o final da semana passada, o que levou as autoridades a colocarem 23 cidades e a capital, Pequim, em alerta vermelho, refere hoje o jornal I.
Pelo sétimo dia consecutivo, parte do norte do país está envolto em smog, um termo inglês que designa uma nuvem de partículas poluentes.
Shijiazhuang, a capital da província de Hebei, vizinha de Pequim, é a cidade mais severamente atingida pela poluição, segundo informou o Ministério Ambiental da China, citado pela BBC News, mas apenas na passada terça-feira foram encerradas as escolas.
Na capital chinesa, por exemplo, até os churrascos foram proibidos, numa altura em que nem se consegue ver os arranha-céus, que ficam escondidos pela poluição. Mais de 180 voos de e para Pequim foram cancelados devido ao smog.
Com um nível de partículas no ar seis vezes acima do limite estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o governo chinês pediu às pessoas para não usarem os seus carros e permanecerem em casa. Muitas escolas estão fechadas. A construção e manutenção de estradas foi suspensa, e veículos mais antigos e poluentes foram proibidos de circular temporariamente. Também foi pedido que as indústrias com forte impacto ambiental, como o setor do aço, reduzam ou interrompam as suas atividades.
O alerta vermelho é a categoria mais grave numa escala de quatro níveis do sistema criado pelo governo chinês como parte de uma série de medidas de combate à poluição que afeta há décadas o país.
O representante na China da OMS reconhece que “o governo chinês não está a esconder o problema”. Para a OMS o problema vem de trás: “toda a gente fala da poluição e até o primeiro-ministro apelou guerra contra a poluição. Há um grande investimento para melhorar a qualidade do ar, no entanto, o que vemos hoje em dia são as consequências dos pecados de toda uma geração devido ao desenvolvimento rápido que, como se nota, não teve o ambiente em consideração”, lamenta o alemão Bernhard Schwartlander, representante da OMS na china, citado pelo canal Euronews.
A China é o maior poluidor do mundo. Em dezembro do ano passado, Pequim e dezenas de outras cidades chinesas já tinham entrado em alerta vermelho devido a uma espécie de névoa de fumo. A atual crise foi muito agravada com as condições atmosféricas que se verificam nesta altura no norte da China.