Cascais registou em 2024 uma diminuição dos resíduos indiferenciados encaminhados para aterro, mantendo a trajetória decrescente que regista desde 2018. Comparativamente com o ano de 2023, foram produzidas menos 460 toneladas de lixo comum, uma variação de -0,54%. Contribui para essa diminuição a deposição dos restos de comida domésticos em saco verde.
A separação, obrigatória desde 31 de dezembro de 2023, está implementada em todo o território de Cascais, e tem grande adesão da população. No final de 2024, tinham aderido ao sistema mais de 70 mil famílias, o que representa mais de 190 mil habitantes, ou seja, cerca de 90% da população.
A participação dos cascalenses permitiu a recolha de quase 3,5 mil toneladas de biorresíduos domésticos aos quais se juntam mais 2,6 mil toneladas do circuito dedicado aos grandes produtores. No total são mais de 6 mil toneladas de resíduos que seguem diretamente para a valorização orgânica e energética. Comparando com 2023, verifica-se um aumento de 59% no sistema de sacos verdes e 30% no circuito dedicado.
Para Nuno Piteira Lopes, vice-Presidente da autarquia e responsável pelo pelouro do ambiente, “os resultados obtidos são fruto de uma fortíssima política de sustentabilidade que a autarquia tem vindo a aplicar nos últimos anos, que aposta na eficiência de recolha de resíduos e, principalmente, na sensibilização dos cidadãos e empresas, que são parte ativa e decisiva no sucesso de toda esta estratégia”. Para o autarca, “este processo de recolha de biorresíduos, em que Cascais foi pioneiro, destaca-se por ser um sistema prático e fácil para as pessoas. Essa simplicidade permitiu um crescimento acentuado, que comprova o elevado grau de compromisso dos cascalenses com o combate ao desperdício. Um facto que orgulha, mas que não surpreende”.
A recolha seletiva multimaterial também registou aumentos significativos. No ecoponto amarelo, foram depositadas 4,3 mil toneladas de plástico e alumínio, o que representa uma variação positiva de 6,44%. No ecoponto azul, os cascalenses colocaram 5,8 mil toneladas de papel e cartão, aumentando em 3,7% o peso recolhido.
Os monstros também registaram um aumento na quantidade recolhida seletivamente: mais 20,95% que em 2023, no total foram recolhidas 6 mil toneladas de objetos fora de uso (colchões, grandes eletrodomésticos, mobiliário, etc.).
Comparativamente com os últimos dados divulgados pela Agência Portuguesa do Ambiente no Relatório Anual de Resíduos Urbanos, apesar do aumento de duas mil toneladas (mais 1,63%) na produção de resíduos em Cascais, face a 2023, a capacitação média anual de resíduos em Cascais de 490kg/hab/ano é inferior à média nacional de 513 kg/hab/ano.
No que respeita aos resíduos depositados em aterro, a tendência nacional nos últimos anos tem-se mantido constante com pequenas oscilações, intercaladas de ligeiras descidas e subidas. Cascais, por sua vez, apesar do crescimento populacional, que desde 2018 tem provocado um aumento de 2,60% de resíduos produzidos, fruto de um processo de reciclagem eficaz, tem mantido a trajetória descendente, no que diz respeito à quantidade de resíduos em aterro, diminuindo em média 3,84% em igual período.