A Cascais Ambiente inaugurou esta quinta-feira, dia 14 de janeiro, o iRec – Inovar a reciclagem – um projeto piloto de devolução de embalagens de bebidas (plástico, vidro e lata).
Desenvolvido em parceria com a Nova School of Business and Economics (SBE), o projeto inovador vai desafiar, através das 10 Reverse Vending Machines, instaladas nos maiores supermercados do concelho, todos os consumidores (moradores e visitantes) a devolver as embalagens de bebidas vazias e inseri-las, uma vez mais, no ciclo de produção de novas embalagens ou produtos, oferecendo prémios ou experiências, mediante o registo na aplicação CityPoints Cascais.
Promover a “mudança de comportamento” e, ao mesmo tempo, a “economia circular” é um dos objetivos deste projeto. Foi precisamente na dificuldade que existe em “mudar comportamentos” que o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, se debruçou no seu discurso de abertura. O autarca deu como exemplo, a pandemia da Covid-19 que é a prova clara do quão difícil é alterar comportamentos. E quando o tema é “ambiente” obriga a que esse esforço seja ainda maior: “Os recursos não são ilimitados e se não houver o cuidado de mudar comportamento ou a forma de se estar na vida, esses recursos podem mesmo extinguir-se”, disse.
Em matérias ambientais, o autarca alertou para o facto do tempo ser cada vez mais escasso: “Ou atuamos agora ou então vamos estar impedidos de manter outros estilos de vida ou formas de estar”.
Sobre a inauguração do iRec, Carlos Carreiras sabe que a ação por si só “não vai resolver os problemas todos do mundo”, no entanto, o autarca deixou bem claro que se trata de um “contributo” onde “cada um de nós é um elemento determinante” na mudança desejada.
[blockquote style=”2″]Portugal está aquém das metas de reciclagem definidas pela União Europeia[/blockquote]
Relativamente a projetos de incentivo à reciclagem, o iRec é o de “maior escala”, quando comparado com outros: “São dez máquinas que inauguramos hoje e é o único que assenta num sistema de prémios”, disse Joana Balsemão, vereadora do Ambiente, no discurso de apresentação do projeto. Além disso, tem como meta “recolher um milhão de embalagens por mês”, revelou a responsável.
O que motivou o surgimento deste projeto foi essencialmente a necessidade de se aumentar a taxa de reciclagem: “Portugal está aquém das metas de reciclagem definidas pela União Europeia”, alertou. Desta forma, urge a necessidade de se encontrar “outros incentivos” que permitam “aumentar a economia circular”, um conceito que, segundo a responsável, tal como a sustentabilidade, corre o risco de ficar “oco”. Uma das soluções passa assim por “sair” da economia linear e “engrenar” numa economia circular, dando uma “nova vida” aos produtos e, ao mesmo tempo, “reduzir a quantidade de resíduos em aterro”, impactando positivamente o meio-ambiente.
O iRec é um projeto financiado em 850 mil euros pelo EEA Grants e pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática e vai ajudar a introduzir definitivamente o sistema de depósito de embalagens que se tornará obrigatório em Portugal em 2022.