Cascais Ambiente implementa no município “caixotes de lixo inteligentes”
A Cascais Ambiente, empresa municipal de ambiente da Câmara Municipal de Cascais, inaugurou, no passado dia 25 de outubro, os primeiros “inovadores caixotes de lixo inteligentes” pela vila. À Ambiente Magazine, o presidente da administração da Cascais Ambiente, Luís Almeida Capão falou sobre este “projeto pioneiro em Portugal”.
O aumento de pessoas que se tem registado na zona histórica de Cascais “trouxe “implicações fortes na qualidade de serviço e limpeza urbana”, afirma o responsável. Pelo que é preciso “responder às necessidades da vila”. Neste sentido, o projeto tem como objetivo “manter a qualidade de serviço e garantir que, mesmo com muitos turistas na vila, a limpeza urbana é de excelência”.
A utilização destes caixotes inteligentes, segundo o dirigente, “já são uma realidade em grandes cidades europeias”, como “Bruxelas, Antuérpia, Londres, Dublin, Estocolmo” e “têm tido resultados muito positivos”.
Quando comparados com os tradicionais, Luís Capão explica que os caixotes de lixo inteligentes “permitem que a recolha seja 85% mais eficiente”, uma vez que “têm incorporado um compactador interno de baixo consumo, alimentado por um painel solar instalado no topo da papeleira, que reduz entre oito a 10 vezes o volume dos resíduos”. Também está equipado com um sistema que “emite avisos sobre o seu nível de enchimento”, permitindo que os resíduos sejam “recolhidos atempadamente, evitando contentores a transbordar de resíduos em situações de maior afluência de visitantes, ou, contrariamente, que sejam recolhidos com poucos resíduos”, acrescenta.
Uma vez que permitem reduzir o número de camiões de recolha de resíduos em circulação, os caixotes de lixo inteligentes são amigos do ambiente. “Vão contribuir para a redução de combustível e menos emissões de CO2. São ainda 100% autónomos em termos energéticos (produzem o que consomem)”, sublinha o presidente da empresa municipal de ambiente de Cascais.
Luís Capão explica que, na Cascais Ambiente, “procuramos otimizar os nossos serviços e ser o mais eficientes possível, inclusivamente na utilização dos recursos (energia e água)”. Neste sentido, a empresa atua em diversas áreas, “desde a recolha e limpeza urbana e gestão dos espaços verdes e infantis à gestão de toda a estrutura ecológica do concelho”. O presidente acrescenta ainda que “a inovação e a tecnologia tem sido determinante no desenvolvimento do trabalho nos últimos anos”.
Uma estratégia para uma gestão eficiente
Sobre a estratégia da empresa municipal para limpeza urbana do município, o dirigente refere que o “sucesso do Smart Waste Management de Cascais”, implementado desde 2015, “tem ajudado a mostrar o caminho para uma gestão muito eficiente. É o que queremos também para os serviços da Limpeza Urbana” que são serviços “invisíveis” ou “esquecidos”. Neste sentido, a Cascais Ambiente está a implementar o Smart Urban Cleaning de Cascais, com várias vertentes: “sensorização, plataforma tecnológica de gestão, formação e sensibilização”, explica.
No que toca à sensorização, “estão a ser instalados sistemas de informação nas varredouras mecânicas e nos carrinhos de varredura, que vão permitir recolher dados como nível de limpeza efetuado, quilómetros percorridos, tempo de limpeza, entre outros”, explica. “O sistema vai aferir que zonas ou ruas têm um serviço muito bom, bom ou satisfatório”. De forma a incluir os responsáveis pela manutenção destes serviços da Cascais Ambiente, Luís Capão refere que os “cantoneiros vão ter várias formações sobre os sistemas de sensorização e a plataforma de gestão”, de modo a que “também possa monitorizar os indicadores de decisão e ter um papel mais interventivo”.
Ainda dentro da estratégia, a empresa municipal de ambiente já tem em curso uma “ação de sensibilização com mupis e outdoors”, acompanhada de uma “campanha digital que tem como lema “Juntos fazemos equipa!””, adianta o dirigente.
Para além de todos as atividades previstas, Luís Capão destaca alguns projetos desenvolvidos pela Cascais Ambiente. No que toca aos resíduos, “estamos a testar um sistema (pioneiro) PAYT comunitário”. No âmbito do projeto “Waste4Think”, o responsável explica que “estamos a fazer a recolha de resíduos biodegradáveis em sacos em três bairros”. De forma sucinta, todo o trabalho feito “permitiu que o município de Cascais receba, há 3 anos consecutivos, a distinção Green Destination Award – Melhores Destinos Costeiros com Políticas Ambientais Sustentáveis”.
Sobre a situação ambiental da Vila de Cascais, Luís Capão refere que “ainda há muito a fazer em todos os concelhos”. Os comportamentos precisam de ser “transformados”, não só em relação aos plásticos mas ao “consumo geral”. Para o dirigente, é preciso “comprar menos, usar melhor a água e a energia, exigir que outras entidades transformem a sua forma de trabalhar e partilhar o que (muitas vezes) temos a mais”.
É assim que, em Cascais, “procuramos que a Economia Circular seja uma realidade porque esta é a base da sustentabilidade. Neste cenário, os sistemas inteligentes elevam a eficiência a outro patamar contribuindo para uma nova perspetiva da qualidade de vida”, conclui.