Conteúdo patrocinado: Agroinsider
A agricultura, como toda a atividade económica que dependa de recursos naturais (solo, água, plantas, animais, combustíveis fosseis, fertilizantes, energia, etc.) deve avaliar de forma continua a eficiência do uso desses mesmos recursos naturais por forma a minimizar as suas pegadas produtivas.
Todos estamos conscientes que é essencial produzir alimentos para uma população mundial crescente e que a intensificação do uso da terra cria problemas ambientais. Mas, acreditar em sistemas de produção de alimentos sem pegadas e com preços do produto acessíveis ao consumidor final no supermercado é acreditar num mundo cor-de-rosa que não existe. Como tal, há que avaliar os sistemas de produção de alimentos (mais intensivos ou menos intensivos) para perceber quais as suas pegadas absolutas e relativas e otimizar continuamente a performance destes, beneficiando assim as empresas que produzem estes alimentos, bem como, os recursos escassos que urge sempre proteger.
Uma empresa de produção de alimentos pode não ser climaticamente neutra, contudo, o produto que produz (Ex: CO2 / tonelada de milho produzido) pode ser climaticamente “mitigante” por consumir recursos abaixo da média da sua região, quando comparada com outros produtores na mesma região. Esta busca de maiores eficiências no uso dos recursos por tonelada de alimento produzido é o desafio que importa registar e estimular, melhorando assim as pegadas (CO2, água, poluição difusa, biodiversidade, paisagem, etc.) associadas a cada alimento produzido.
Para além dos aspetos menos positivos associados à produção dos alimentos, convém referir que a agricultura apresenta muitas externalidades positivas na sua atividade. A atividade agrícola pode levar à imobilização de CO2 no solo ou na floresta; à redução do risco de incêndios pelo controle de matos e/ou outro tipo de combustíveis existentes na floresta; a criação de espelhos de água na paisagem com objetivos associados ao regadio tornam-se também fontes de abeberamento e alimento para espécies autóctones ou migratórias; a ineficiência das máquinas de colheita de alimentos deixam muitas vezes toneladas de alimento por hectare no solo ou nas árvores que por sua vez servem de alimento a muitas espécies que dele beneficiam. Estas externalidades positivas da agricultura são suporte de vida de muitas espécies autóctones e migratórias potenciando o capital natural dos ecossistemas. Algo que merece ser avaliado e aproveitado.
Se olharmos para os objetivos do “Farm to Fork” e “Green Deal” damos conta que os empresários agrícolas, para além da produção de alimentos saudáveis e nutritivos, podem beneficiar de forma económica da produção de natureza. Nesse sentido e recentemente, começaram a surgir oportunidades de novos ingressos económicos como os Eco-Schemes, a venda de créditos de CO2 no mercado voluntário, a valorização destes últimos pela produção de biodiversidade, etc.
Qual o caminho? BioEconomia. Primeiro o diagnóstico, depois querer melhorar. A seguir implementar e executar o roteiro do compromisso com um ambiente sustentavelmente produtivo. Isto passa pela descarbonização dos sistemas de produção, bem como, pelo aumento da sua resiliência climática, estando esta última muito dependente dos ensinamentos que a própria natureza nos pode proporcionar.
A Agroinsider convida-o juntar-se ao conjunto de empresas pioneiras que já trilham este caminho connosco. Tudo faremos para avançarmos seguros nesta aventura entusiasmante da nova economia verde, conhecer as suas pegadas e de as melhorar continuamente atingindo patamares de sustentabilidade invejáveis.
*Este artigo foi incluído na edição 95 da Ambiente Magazine