Ao anúncio do aumento de tarifas sobre as importações de aço feito pelos Estados Unidos da América, a União Europeia respondeu com o anúncio, entre outros produtos, do aumento de tarifas para a importação de Bourbon. De imediato, Donald Trump ameaçou com um aumento de 200% nas tarifas sobre os vinho europeus.
Posto isto, a CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) quer relembrar que há regras de comércio internacional que devem ser respeitadas e que existe uma Organização Mundial do Comércio para procurar resolver os diferendos entre os Estados-Membros: “a União Europeia não pode obviamente assistir impávida a imposições de tarifas aduaneiras por qualquer Estado e deve responder rápida, proporcional, mas inteligentemente a qualquer ataque aos seus interesses. A necessidade imperiosa agora é de dialogar com firmeza”, afirma a confederação.
A mesma exige que o Governo português “proteja ativamente a fileira do vinho português”, que contabiliza mais de trezentos mil operadores em todos os elos da cadeia de valor, desde a produção à venda, e pode fazê-lo de duas maneiras: “agindo junto da Comissão Europeia para que sejam analisadas com a maior rapidez as justificações para a escolha do Bourbon como resposta a taxas sobre o alumínio” e que “o Governo elabore um plano robusto de reforço financeiro para a promoção dos vinhos portugueses para que as empresas possam ter capacidade de ganhar quota em mercados alternativos de exportação”, sendo que as exportações de vinho para o mercado norte-americano valeram cerca de 100 milhões de euros no ano passado.
É entendimento da CAP que o Governo, apesar de demissionário, possui todas as competências e condições para, num prazo curto, apresentar um plano robusto de reforço de verbas para a promoção do setor do vinho português nos mercados externos.