Arrancou este mês a campanha Second Hand September, dinamizada pela Oxfam, confederação internacional de 20 ONGs focadas em acabar com injustiças que causam pobreza. Durante 30 dias, os consumidores serão desafiados a abster-se de comprar roupas novas. A plataforma de classificados Selio.com junta-se simbolicamente ao movimento com vista a sensibilizar para a importância de moderar o consumo destes e outros bens novos e o consequente impacto social e ambiental.
Segundo a WWF Suíça, a produção de roupa é um mercado perigoso a nível ambiental dado que emite 1,7 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono anualmente. Segundo dados da União Europeia, até 2020, deverão ser geradas 12,3 milhões de toneladas de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE). A reutilização de objetos e produtos pode, desta forma, ser uma solução viável e mais barata para que se possa proteger o meio ambiente desta realidade.
Reutilizar objetos para uma vida mais sustentável
Seguem-se exemplos de alguns dos materiais que, tendo uma alta capacidade de reutilização, ainda são desperdiçados com frequência antes do fim de vida prejudicando o meio ambiente, que resultam em consequências perigosas para o estilo de vida como o entendemos atualmente.
1. Roupa
A produção de vestuário tem efeitos na camada de ozono e no consumo de água. Para produzir uma camisola de algodão de 250 gr são necessários 2.700 litros de água. Se comprarmos quatro camisolas por mês, o número ascende a 10.800 litros de água. Ao final de um ano, teremos consumido 129.600 litros devido à compra de peças de roupa. Se reutilizarmos a roupa, poderemos poupar imenso no consumo de água e, desta forma, aumentarmos a vida útil das nossas camisolas ou calças, por exemplo.
2. Setor Automóvel
O fabrico de cada automóvel gera 25 toneladas de detritos. Além disso, os carros que possuímos (que podem ser dois ou três por família) estão parados durante 92% do seu tempo de vida. Se garantirmos que o automóvel pode ser reutilizado, estaremos a contribuir para uma menor produção de gases nocivos para o efeito de estufa e para a redução de detritos.
3. Ferramentas domésticas
As ferramentas são objetos mais conhecidos por consumirem energia, apesar de não terem grande uso. Se tivermos em conta estudos recentes, um berbequim tem uma estimativa de utilização de 14 minutos, durante toda a sua vida útil. Se olharmos para os corta-relvas, o seu uso também é reduzido. Ao reutilizarmos estes objetos estamos a garantir uma redução do consumo de energia no nosso lar.
4. Eletrodomésticos
Os equipamentos elétricos ou eletrodomésticos, como os frigoríficos, têm gases que prejudicam o ambiente. Por isso, não são como o lixo normal. Se tomarmos a decisão de fazer um upgrade ao frigorífico que possuímos, não devemos pensar em deitar fora o antigo. Se optarmos por reutilizá-lo, estamos a contribuir para alargar a vida útil do nosso aparelho e, ao mesmo tempo, proteger o ambiente destes gases nocivos.
5. Computadores e outros aparelhos eletrónicos
Segundo um estudo recente, estimou-se que o crescimento do chamado lixo eletrónico iria crescer de 50 milhões de toneladas para 65 milhões em 2017. Os computadores e smartphones que utilizamos são parte essencial do nosso dia-a-dia, mas quando é altura de os trocar, o lixo pode não ser solução. Seja um portátil ou um telemóvel com menores capacidades, a verdade é que podem existir pessoas que poderão utilizar esse aparelho, contribuindo assim para uma redução do lixo eletrónico que produzimos.
Plataformas de classificados podem garantir nova vida aos objetos
A reutilização de vários objetos e produtos que temos em casa poderá ser um passo para garantir que a produção desenfreada de vestuário ou a não utilização de ferramentas ou do automóvel, por exemplo, sejam contidas, garantindo assim uma maior proteção do meio ambiente.
O Selio.com está a dar passos nesse sentido. A plataforma online vende apenas peças e produtos em segunda mão, garantindo uma maior sustentabilidade e contribuindo para reduzir a pegada de ozono presente no mundo.
“A sustentabilidade é uma preocupação desde o primeiro momento para o Selio”, afirmou Alex Nemirovsky, um dos fundadores da empresa. “Através da nossa plataforma, pretendemos que os nossos clientes coloquem à venda os produtos que já não querem, permitindo que outras pessoas o possam usar. Assim estamos a promover a reutilização dos objetos e, ao mesmo, tempo a contribuir para melhorar o meio ambiente”.