Campanha “Proteger os Golfinhos” está de volta ao estuário Sado
A 8ª edição da iniciativa “Proteger os Golfinhos” promovida pela Tróia-Natura em parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) está de volta e procura sensibilizar todos os que navegam nas águas do Sado para a singularidade da população de golfinhos-roazes que habitam nesta região.
Até ao dia 19 de setembro, quando termina a campanha, a embarcação associada à ação de sensibilização abordará embarcações de particulares e atividade turística que naveguem nestas águas, sensibilizando para a adoção de comportamentos apropriados no avistamento e aproximação aos animais, assim como, os cuidados necessários à sua preservação, refere uma nota divulgada pela Tróia-Natura.
Com circuitos regulares pelo estuário do Sado e espaço marítimo adjacente, no mês de agosto (de quinta-feira a domingo) e em setembro (aos fins-se-semana e feriados), será efetuado um programa de abordagem às embarcações da náutica de recreio e turística com o objetivo de “sensibilizar a população local, turistas e visitantes para os cuidados a ter na navegação aquando do avistamento e aproximação aos golfinhos, no sentido de evitar perturbá-los e garantir a sua permanência no estuário”. Outro objetivo, segundo o mesmo comunicado, é “contribuir para a implementação efetiva do Regulamento da Atividade de Observação de Cetáceos nas Águas de Portugal Continental” por parte de todos os utilizadores de embarcações no Estuário do Sado.
No âmbito da campanha “Proteger os Golfinhos” os tripulantes da embarcação disponibilizam um “código de conduta”, que na prática é um “conjunto de regras a seguir para que todos possam observar os golfinhos em segurança, uma vez que uma navegação descuidada pode impedir o descanso, a alimentação, socialização e reprodução e, ainda, interferir na comunicação entre eles”, explica a Tróia-Natura.
Nos meses de verão, altura em que as atividades turísticas e de recreio náuticas são mais expressivas, com um maior número de embarcações e um maior número de saídas para observação de golfinhos, a importância desta iniciativa acentua-se. Por um lado, a campanha “Proteger os Golfinhos” permite “alcançar mais pessoas com uma mensagem em prol da sustentabilidade desta população”, por outro lado, “permite identificar e prevenir comportamentos de risco que a possa colocar em causa”, lê-se no mesmo comunicado.
Código de Conduta:
- Evitar mudanças bruscas de velocidade, direção e sentido no rumo da sua embarcação;
- Não exceder a velocidade de deslocação dos animais;
- Manter um rumo paralelo e pela retaguarda dos golfinhos, de modo a que estes tenham um campo livre de 180º à sua frente;
- Posicionar a embarcação num setor de 60º à retaguarda dos golfinhos;
- Evitar fazer ruídos na proximidade dos roazes, que os perturbem ou atraiam;
- Estar atento à aproximação de outros golfinhos;
- Não permanecer mais de 30 minutos na proximidade de um grupo de golfinhos;
- É proibida a aproximação ativa a menos de 30 m de qualquer golfinho
- É proibida e permanência de mais de 3 embarcações num raio de 100 m em redor dos golfinhos;
- É proibido perseguir ou provocar a separação de grupos de golfinhos, especialmente o isolamento das crias;
- É proibido alimentar, tocar e nadar com os golfinhos;
- É proibida a aproximação aos golfinhos cuja proximidade à costa condicione os seus movimentos relativamente à embarcação;
- É proibida a utilização da marcha à ré na proximidade de um grupo de golfinhos, salvo em situações de emergência;
- É proibida a utilização de jet-skis, motos de água e veículos afins na observação de golfinhos.
Realizando-se há já oito anos, esta campanha tem alcançado resultados muito positivos, tendo impactado mais de 18 mil pessoas.
A população de golfinhos-roazes do Sado, atualmente com cerca de 30 indivíduos, é uma das poucas que residem num estuário, o que a torna singular em Portugal e rara na Europa. A sua atratividade para os visitantes é potenciada pela riqueza do habitat em que vivem, que regista uma biodiversidade assinalável. Através de vários projectos, a Tróia-Natura contribui para a conservação desta população, mas também para a sustentabilidade e preservação dos ecossistemas presentes no estuário do Sado e na península de Tróia e que constituem um factor diferenciador da região.