A produção de azeitona para azeite deverá ter caído 30% em 2016 para menos de 500 mil toneladas, e a superfície de cereais de outono/inverno diminuído para “mínimos históricos”, segundo as previsões agrícolas hoje divulgadas pelo INE, aponta a Lusa.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o recuo da produção de azeitona para azeite resultou das “condições climatéricas adversas e da alternância anual de produção dos olivais tradicionais”, antecipando-se uma campanha na ordem das 491 mil toneladas (-30% que em 2015), mas azeite “de boa qualidade”.
Quanto aos cereais de outono/inverno, regista-se uma “diminuição generalizada das áreas instaladas face à campanha anterior, pois “o desenvolvimento vegetativo das searas abrandou bastante com o frio intenso e com a falta de chuva”, apesar de a situação se ter ido “invertendo a partir da última semana de janeiro”.
As previsões do INE apontam para reduções de 5% na área de centeio, 10% nas áreas de trigo mole, triticale e cevada e 15% na de trigo duro, com a área total de cereais de inverno a rondar os 130 mil hectares, “o que corresponde ao registo mais baixo observado nas últimas três décadas, num ano em que as condições climatéricas possibilitaram a normal realização das sementeiras”.
No que se refere à aveia, é antecipada uma produtividade acima das 1,4 toneladas por hectare (16% superior à média do último quinquénio).
Segundo o INE, as condições meteorológicas do mês de janeiro “permitiram que os trabalhos agrícolas tenham decorrido sem problemas”, nomeadamente a conclusão da apanha da azeitona, as podas dos pomares e vinhas e as adubações das searas de inverno e das culturas permanentes.
“No entanto — acrescenta – o frio intenso diminuiu substancialmente o desenvolvimento vegetativo das culturas instaladas, tendo causado prejuízos significativos na horticultura, floricultura e em alguns pomares de citrinos”.
No que se refere ao desenvolvimento de pastagens e culturas forrageiras, foi atrasado pelo frio e pela ausência de precipitação, mas as chuvas do final do mês “fazem perspetivar um rápido retorno aos padrões normais de desenvolvimento das áreas forrageiras”.
Para já, nota o instituto, a “reduzida disponibilidade de alimento nas pastagens” está a obrigar ao complemento da alimentação animal com palhas, fenos, silagens e alimentos concentrados em quantidades semelhantes aos anos anteriores.
*Foto de Lusa