“Estejam na cozinha ou na garagem, nós levamo-los para reciclagem”. É este o mote do projecto piloto desenvolvido pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) e o Electrão (Associação de Gestão de Resíduos), que tem como objetivo “promover a recolha de equipamentos elétricos volumosos, diretamente em casa dos cidadãos”. Este projeto, pioneiro em Portugal, e que por enquanto abrange três freguesias de Lisboa – Ajuda, Alcântara e Belém, arrancou a 1 de julho e prolonga-se até 31 de dezembro, pode ler-se num comunicado.
Os residentes nas freguesias de Ajuda, Alcântara e Belém podem solicitar a recolha dos equipamentos eléctricos através do número 808 20 32 32 da CML. A equipa de recolha assegurará a “movimentação do equipamento entre a casa, arrecadação ou garagem, até ao veículo de transporte”, bem como “o seu correto encaminhamento para reciclagem”, refere o mesmo comunicado.
Durante o serviço, totalmente gratuito, as entidades promotoras asseguram o cumprimento de todas as normas de higiene e segurança definidas pela Direção Geral de Saúde, nomeadamente a utilização de equipamento de protecção individual.
Esta iniciativa pretende “testar um serviço de proximidade ao cidadão para recolha de resíduos”, que será um “complemento aos atuais serviços já disponibilizados pelo município” e à “oferta de locais de deposição disponibilizados pelo Electrão”.
De acordo com o comunicado, o projeto visa ainda complementar o serviço de recolha de lixo volumoso que a CML disponibiliza a todos os cidadãos, garantindo, através dos próprios meios, a movimentação dos equipamentos elétricos volumosos desde o interior da habitação. Esta iniciativa gratuita permite uma maior proximidade na recolha de resíduos volumosos e, consequentemente, uma melhoria da qualidade dos materiais encaminhados para destino final.
“Ao contrário do que acontece com as embalagens e com as pilhas, que podem ser facilmente transportadas pelos consumidores, os grandes equipamentos elétricos, como frigoríficos ou máquinas de lavar, podem colocar problemas a alguns cidadãos que, por várias razões, não têm capacidade de os carregar até um local de deposição. Esta é uma das barreiras que queremos ultrapassar com este serviço”, explica o diretor-geral do Electrão, Pedro Nazareth.
Esta solução visa ainda dar resposta a um dos grandes problemas que está associado a este tipo de resíduos: o mercado paralelo. Tal como explica o Electrão, muitos equipamentos elétricos de grandes dimensões, que são colocados na via pública para serem transportados pelos serviços municipais, acabam por ser desviados do circuito oficial antes da chegada da viatura da autarquia: “Esta situação é preocupante tendo em conta que muitos equipamentos usados acabam por não ser descontaminados com prejuízos para a saúde humana e para o ambiente”.
O serviço inovador pretende também colmatar algumas “lacunas que se verificam ao nível da logística reversa”, ou seja, “a recolha de um equipamento usado quando se efetua a compra de um novo”, acrescenta a entidade.
“O projeto piloto vai garantir que os equipamentos elétricos recolhidos, alguns dos quais com materiais perigosos, vão ser encaminhados para reciclagem em unidades licenciadas para o efeito, contribuindo para o cumprimento das metas nacionais de recolha a que Portugal está obrigado”, declara Pedro Nazareth.
Consulte os serviços municipais de recolha de resíduos no site da CML ou a rede de locais de recolha do Electrão.