O Movimento “Menos um carro” – movimento cívico a favor da mobilidade urbana mais sustentável – celebrou hoje, pela manhã, nos Paços do Concelho, a cerimónia de assinatura do Manifesto “Menos um carro” , com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.
A cerimónia marcou a integração de cerca de 30 novas entidades neste movimento criado em 2009. Para além disso, esta iniciativa coincidiu com o Dia Europeu Sem Carros e do Transporte Públicos, e foi presidida pelo Vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro, pelo Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta e pelo Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes.
Tal como sintetizou, o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro, esta cerimónia “representa o crescimento do movimento” que “coincide com a prioridade da cidade de Lisboa” em relação às questões ambientais. Sublinhou ainda que, devido ao número de emissões por gases de estufa, existem hoje “consequências graves ao nível da saúde pública” e que a Câmara “partilha integralmente todos os objetivos que este movimento pretende atingir”. Por fim, referiu ainda “o desinvestimento das pessoas nos transportes públicos”, registado nos últimos anos, e a necessidade de “inverter esse caminho”, onde deu exemplo do acréscimo de 150 quilómetros às ciclovias da cidade ou o facto de serem a Câmara com a maior frota de carros eléctricos.
Por seu lado, Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, veio reforçar a mensagem inerente à iniciativa. “As cidades são o centro da vida coletiva e a dependência dos transportes privados continuam a ser superior aos 80%”. Apontou ainda que “89,3% das pessoas utilizam automóvel”, contrastando com os 6,6% que utilizam autocarro e dos 4,1% que utilizam comboio. Neste sentido, a cerimónia de hoje “é o relançar mas também a reinvenção do movimento”, que já no início desta semana, contou também com a integração da Câmara Municipal de Almada, entre outras entidades.
Após o momento das assinaturas, em que cerca de 30 novas entidades subscreveram a iniciativa, José Mendes, secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, falou da importância de este tipo de movimentos “que partem da sociedade civil” e que sigam exemplos como o Acordo de Paris, celebrado este ano no sentido de reduzir a redução de emissões de gases de estufa, ajudando a combater o aquecimento global. Ainda assim, e em relação aos números que apontam a dependência dos portugueses face aos transportes motorizados, declarou “que isso não é apenas uma idiossincrasia portuguesa” e que têm sido realizados esforços, a nível governamental para apostar na mobilidade mais sustentáveis. Nesse ponto, referiu a “descentralização da autonomia dos transportes para os municípios” que ao gerirem o espaço urbano, mais facilmente “possam gerir também a mobilidade”. Terminou declarando apoio ao movimento por parte do governo, num “esforço coletivo, que visa trabalhar sobre as atitudes das pessoas e dos quadros culturais onde nos inserimos.”
O movimento espera a partir de agora obter mais parceiros e alargar-se cada vez mais a diversos quadrantes da sociedade civil. No Manifesto as entidades comprometem-se a juntar esforços para sensibilizar a mudança de atitudes e comportamentos face aos padrões de deslocação quotidianos, a difundir e produzir informação sobre as iniciativas dedicadas ao tema da mobilidade sustentável, a desenvolver a plataforma www.menosumcarro.eu, e a contribuir para a expansão do Movimento “Menos Um Carro”.