Cabo Verde quer produzir 100% da eletricidade a partir de energias renováveis até 2020
Cabo Verde quer construir um setor energético seguro, eficiente, sustentável e sem dependência de combustíveis fósseis e conseguir, até 2020, produzir 100 por cento da eletricidade a partir de fontes energéticas renováveis. Promover a eficiência económica, aumentar a penetração da energia renovável e alternativa, expandir a capacidade de produção de energia elétrica, melhorar o ambiente institucional e o quadro legal e criar um fundo de segurança energética são alguns dos objetivos do governo cabo-verdiano, disse à Lusa o secretário-geral da BeCV – Câmara de Comércio do Norte de Cabo Verde, Centro de Promoção de Tecnologias Limpas, Adriano Cruz.
Ter 100% de eletricidade a partir de energias renováveis, apostar na eletrificação rural, ter toda a população com acesso à eletricidade, conseguir que 02% da população esteja ligada a mini-redes de fontes alternativas e que 100% do aquecimento de água seja feita com energia solar térmica (uma obrigatoriedade para novos edifícios) são as metas traçadas para 2020, afirmou durante o II Encontro Internacional de Tecnologias Ambientais, promovido pela Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais (Apemeta).
Para as atingir, Cabo Verde pretende colocar em prática uma estratégia que privilegia a produção de eletricidade e água quente sanitária e uma climatização ativa com energias renováveis, promover aquecedores de água acoplada à estratégia de eficiência energética para indústrias e hotéis, e ligar redes rurais isoladas à rede pública.
“Penso que somos dos países com maior potencial na nossa região. Cabo Verde está na vanguarda, principalmente por causa da nossa localização e das nossas ilhas”, afirmou.
Adriano Cruz realçou que o facto de o país ser composto por ilhas coloca-lhe um conjunto de desafios” associados à natureza, nomeadamente à proximidade do mar ou força dos ventos, mas acredita que o desenvolvimento das tecnologias irá ajudar a superar as desvantagens.
Este setor não é apenas uma possibilidade de elevar a competitividade da economia nacional do país, mas também de se “candidatar” às exportações, salientou.
O secretário-geral da BeCV considerou que o governo tem feito um “esforço importante” nesta matéria, nomeadamente através da criação de um plano estratégico. “Dos privados ainda não se sente tanto esse investimento”, entendeu.
Grande parte das necessidades energéticas é satisfeita através da importação, facto que nos últimos anos desafia o país a apostar em fontes alternativas de energia, acrescentou.