Mais da metade das águas em torno da ilha britânica de Ascensão, que fica no Atlântico a meio-caminho entre Pernambuco e Angola, são agora uma reserva marinha. Uma área de 234 mil km² – quase o tamanho do Reino Unido – será destinada agora à preservação ambiental.
52,6% das águas na zona económica exclusiva britânica em torno da ilha serão fechadas para pesca e monitorizadas por barcos de patrulha. Os outros 47,4% serão explorados por biólogos e oceanógrafos para que, até 2017, os limites precisos da reserva sejam demarcados com precisão.
A criação da reserva foi anunciada após uma negociação de dois anos entre o Governo britânico, o governo local de Ascensão e a Blue Marine Foundation, um fundo ambiental criado em 2010. A monitorização da nova reserva será inicialmente financiada por 300.000 libras (cerca de 402 mil euros) doados pela Fundação Bacon, durante um ano e meio.
Segundo um comunicado da Blue Marine, a ideia é que a maior parte da parte sul das águas de Ascenção seja destinada à conservação, e as águas mais próximas da ilha também, num raio de 50 milhas náuticas. A zona económica exclusiva britânica compreende um raio de 200 milhas náuticas (370 km).
A região central do Atlântico Sul, em torno de Ascensão, é uma importante zona de conservação para espécies de tubarão com populações em declínio. Stocks de atum, um peixe ameaçado de extinção pela sobrepesca, também habitam na região.
Segundo o governo britânico, com a demarcação final da reserva, pelo menos metade das águas de Ascensão devem ficar totalmente fechadas para atividades económicas, enquanto o restante deve ser liberado, mas policiado para prevenir pesca de espécies ameaçadas.