A polícia brasileira anunciou esta quinta-feira, dia 18, que apreendeu nos portos da cidade de Manaus 444 contentores de madeira ilegal extraída da floresta amazónica, adianta a agência Lusa.
A ação faz parte da operação Arquimedes, realizada para tentar interromper o fluxo do transporte clandestino de madeira extraída ilegalmente da floresta amazónica e destinada a grandes comerciantes madeireiros no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos.
Segundo informações enviadas à Lusa pela polícia federal brasileira, as ações que envolveram a operação já duram há 30 dias e o material apreendido até ao momento, se colocado de forma linear, cobriria um percurso de 1.500 quilómetros.
Na ação, os polícias federais e fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificaram fraudes nos Documentos de Origem Florestal (DOF), que deveriam atestar a legalidade da extração e da origem da madeira.
Entre as irregularidades, foram encontrados documentos cancelados ou falsificados, bem como diferenças substanciais entre o atestado nos documentos e o conteúdo dos contentores, entre elas volumetria e descrição das espécies exploradas.
Os dois portos onde se desenvolve a operação são responsáveis pelo escoamento da quase totalidade da produção de madeira extraída na floresta amazónica do Brasil.
Segundo as autoridades policiais, as madeiras retidas por ilegalidade documental eram originárias de exploração nos estados de Roraima, Rondônia e Amazonas e em torno de 50% delas teria como destino a Europa e para os Estados Unidos.
As investigações visam agora identificar as pessoas envolvidas na extração ilegal, no transporte e na comercialização do que está a ser considerado pelas autoridades como uma das maiores apreensões mundiais de madeira realizada em portos.
Os envolvidos responderão pelos crimes contra a flora previstos na Lei de Crimes Ambientais e recetação previsto no Código Penal podendo, inclusive, haver responsabilização penal de empresas conforme disposto na legislação ambiental.
O nome da operação tem origem na cultura grega que relata a técnica utilizada por um filósofo para encontrar volumes de materiais a partir da imersão num recipiente com água. Técnica que inspirou os peritos da Polícia Federal para realizar a medição do volume do material apreendido.