Brasil aposta no turismo sustentável
O Brasil está a apostar no Turismo Sustentável como forma de proporcionar experiências marcantes aos turistas, preservando os recursos naturais e o património cultural e histórico dos destinos visitados. Esta forma de turismo permite mobilizar os turistas para a importância de se preservar os valores e os costumes dos lugares e contribui para movimentar a economia local, melhorando a qualidade de vida das comunidades envolvidas.
“O Turismo Sustentável é uma aposta a pensar no futuro. Ao estimular as comunidades a valorizar o património cultural através do turismo, estamos, por um lado a trabalhar na preservação do património e, por outro a qualificar a população, gerando maior rendimento aos trabalhadores. No final, ganham as comunidades locais e os turistas, que conseguem visitar destinos genuínos e bem preservados”, considera Vicente Neto, presidente da Embratur – Instituto Brasileiro de Turismo.
Em Janeiro deste ano, uma resolução das Nações Unidas reconheceu o turismo sustentável como ferramenta para viabilizar economicamente a protecção de unidades de conservação e para o desenvolvimento local. Com riquezas como a Floresta Amazónica, o Pantanal, o Cerrado, a Mata Atlântica e mais de 8 mil quilómetros de litoral, além da maior bacia hidrográfica do planeta, o Brasil é considerado pelo Fórum Económico Mundial como o país com maior potencial turístico em atractivos naturais. O país tem, de resto, dois destinos entre os mais sustentáveis do mundo, de acordo com uma lista elaborada pela Green Destinations, que avalia critérios como economia verde e bem-estar social: a cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, e Fernando de Noronha, em Pernambuco.
Outro exemplo dos bons resultados obtidos através do Turismo Sustentável, é o facto de o Brasil ter registado, em 2014, um número recorde de turistas brasileiros e estrangeiros a visitar os seus parques nacionais. Na cidade do Rio de Janeiro, o Parque da Tijuca recebeu o número impressionante de 3,1 milhões de visitantes, número crescente desde 2011. No mesmo Estado, o Parque Nacional de Itatiaia – de fácil acesso a partir, tanto do Rio, quanto de São Paulo – teve o recorde de 118 mil turistas. Por sua vez, o Parque do Iguaçu (Paraná), que abriga as internacionalmente conhecidas Cataratas, alcançou pela primeira vez os 1,5 milhão de pessoas; enquanto o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (Goiás), chegou a 39 mil visitantes – valor 35% superior ao de 2013.
O Plano Nacional do Turismo brasileiro tem como uma das prioridades estratégicas equipar os parques nacionais com infra-estruturas e aumentar o seu número de visitantes. Mas as principais acções do Ministério do Turismo focadas no desenvolvimento do turismo sustentável no Brasil vão além da preservação do património natural e envolvem três frentes: o Turismo Acessível, que promove a inclusão social e o acesso de pessoas com deficiência à actividade turística com segurança; o Turismo Sustentável e Infância, que contribui para a protecção de crianças e adolescentes nos locais onde o serviço turístico é oferecido; e o apoio ao Prémio Braztoa de Sustentabilidade, que reconhece iniciativas que estimulem acções de sustentabilidade.
Um exemplo do trabalho realizado em Turismo Sustentável pode ser encontrado no interior do Parque Nacional do Superagui, Paraná. Uma colónia de pescadores que vive neste local está a aprender as melhores formas de preservar as riquezas naturais, receber os turistas e valorizar a cultura local, incluindo o artesanato. A frequentar há dois anos um workshop sobre hospitalidade e cursos sobre como gerir os recursos do turismo, os pescadores preparam-se para desenvolver novas actividades e preservar a biodiversidade do parque.