A BP e a Exxon Mobil não chegaram a acordo para renovar um dos contratos de petróleo mais importantes da história. Ambas as empresas exploram vários campos de petróleo no Azerbaijão, onde produzem cerca de 600.000 barris por dia, quase 1% da produção mundial. Mas as exigências da Exxon parecem estar a atrasar a extensão de um contrato que tem provocado o crescimento económico no Azerbaijão, refere o Económico.
A BP opera os campos Azeri-Chigar-Guneshli (ACG) no Mar Cáspio, onde fica um décimo de sua produção mundial. Dada a importância destes campos para a companhia de petróleo britânica, os seus executivos têm sido rápidos a chegar a um acordo provisório com o governo do Azerbaijão sobre a extensão do contrato. No entanto, o consórcio conhecido como o Azerbaijão Internacional Operating Company, também é composto pela Exxon (entre outras empresas), que tem mostrado alguma relutância em prorrogar o contrato.
A Exxon recebe 1% da sua produção de hidrocarbonetos através da sua participação no consórcio e tem estado desde 2014 a tentar um acordo melhor com as autoridades do país, o que afectou as operações e possíveis novos investimentos nos campos do Azerbaijão.
O resultado é a estagnação das negociações de um projeto que pode produzir petróleo no valor de 100.000 milhões de dólares, apesar dos baixos preços atuais.
Esta historia tem origem em velhos conflitos entre o presidente executivo de Exxon, Rex Tillerson, e o seu homólogo da BP, Bob Dudley. Mas os desentendimentos neste consórcio podem ser o ponto final de uma relação que tem estado presa por arames.
“Os desentendimentos entre os dois membros do consórcio já se arrasta há dois anos com a Exxon sempre à procura de melhores condições”, disse uma fonte da indústria do petróleo à Reuters.
Embora o acordo ainda esteja em vigor pelos próximos oito anos, a prática usual da indústria de energia é tentar renovar os acordos de partilha de produção com grande antecipação, para que seja possível fazer planeamentos de investimentos a longo prazo com antecedência. Até agora, os parceiros do consórcio investiram 32.000 milhões de dólares no projeto.
Em causa estão três quartos da produção de petróleo do Azerbaijão, ou cerca de 600.000 barris por dia (equivalente a 0,7% da produção mundial) obtidos pelo acordo entre os membros do consórcio ACG e o governo do Azerbaijão. Este acordo foi assinado pela primeira vez em 1994, três anos depois do desmantelamento da União Soviética de que o Azerbaijão fazia parte.