Os biocombustíveis misturados na gasolina e no gasóleo aumentam de 7,5 para 9% no próximo ano, agravando preços, segundo opinião de João Palma-Ferreira, publicado no sábado no Expresso.
De acordo com o artigo, os combustíveis “bio” misturados no gasóleo são mais caros do que da gasolina. Isto porque na gasolina é incorporado o etanol, um álcool que tem uma conotação mais baixa que os preços fixados em Portugal o biocombustível misturado no gasóleo: Fame, “diesel renovável” ou HVO. As taxas de incorporação fixadas pela lei em vigor apontam para a mistura de 7,5 de combustíveis “bio” na gasolina e no gasóleo, o que corresponde aproximadamente a um custo de mais 0,6 cêntimos no preço do litro da gasolina e cerca de mais 4,1 cêntimos no litro do gasóleo.
O Governo ainda não confirmou mas as petrolíferas já admitem que as taxas de incorporação de produtos “bio” na gasolina e gasóleo devem aumentar dos 7,5 para os 9%. Também garantem que Portugal quer antecipar a metas ambientais fixadas para 2020, impondo um aumento de incorporação de etanol, Fame ou HVO da ordem dos 10%, já em 2019. O que quer dizer, segundo João Palma-Ferreira, mesmo que não haja agravamentos fiscais em 2017, em 2019, o preço do gasóleo e da gasolina ficará mais caro.
As normas ambientais portuguesas obrigam a que as petrolíferas incorporem o Fame produzido no mercado nacional, que é mais caro do que produzido fora do país. Uma situação complexa porque a produção nacional de biocombustíveis destinados a serem misturados no gasóleo, não é suficiente para o mercado nacional. Além disso, agrava o preço base internacional da matéria-prima. O preço base é praticamente igual, o que muda é o preço dos biocombustíveis adicionados.
Em Espanha tudo indica que o gasóleo e a gasolina vão ser mais baratos, dado os leves impostos sobre os combustíveis e as taxas de incorporação de biocombustíveis também serem menores que em Portugal.