A Agência Nacional de Inovação (ANI) acaba de divulgar, em comunicado, os projetos vencedores do programa Born from Knowledge (BfK) Ideas que visa impulsionar a transferência de conhecimento para o tecido empresarial. As ideias de negócio distinguidas ganham acesso a um programa de aceleração em Ciência e Tecnologia com a duração de três meses, também da responsabilidade da ANI.
Na categoria – “Recursos Naturais, Ambiente, Energia e Mobilidade Sustentável” – o vencedor foi o estudo “Termy.co” da Escola Superior Artística do Porto. Trata-se de um projeto de economia circular direcionado aos construtores e arquitetos para acompanhá-los na realização de habitações saudáveis com pegada ecológica negativa.
O objetivo é desenvolver materiais, à base da álcali-ativação de resíduos de mármore e granito, para o núcleo de painéis de fachada, com capacidade de otimizar o isolamento térmico global, reduzindo ao mesmo tempo os impactos da deposição dos resíduos.
Quanto à categoria – “Turismo, Indústrias Culturais e Criativas” – o vencedor foi o projeto “All.iN” da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. A principal atividade é a venda de pacotes e serviços voltados para a área do turismo acessível e turismo inclusivo, com foco em hospedagem.
O projeto “Balvia Care” do Instituto Politécnico de Bragança foi o que venceu na categoria – “Inteligência Artificial e Tecnologias Avançadas de Produção”. O projeto surge para ajudar os idosos na gestão de medicamentos e aumentar a adesão às prescrições médicas. A solução desenvolvida pela Balvia Care é um ecossistema composto por um dispensador de comprimidos, uma smart band, aplicação móvel e website, sistema inteligente na nuvem. Aumentar a independência, o estado de saúde e a comunicação com os cuidadores é o grande foco do projeto.
Por fim, na categoria – “A Saúde e Bem-Estar” – a vencedora foi a plataforma ”Pick yoUR bRain” que permite reduzir eficazmente os custos de desenvolvimento de novos tratamentos direcionados para doenças neurológicas associadas ao envelhecimento, tais como Parkinson, Alzheimer. Esta plataforma, é baseada em algoritmos de Inteligência Artificial especialmente desenvolvidos para previsão de novos alvos terapêuticos e clarificação do mecanismo biológico da doença.
João Borga, membro do conselho de administração da Agência Nacional de Inovação destacou o facto de este ser um “ano especial, não só porque estamos a sair de uma pandemia e a arrancar com a recuperação económica, mas porque conseguimos fazer duas edições do BfK Ideas e, ainda assim, apresentarmos projetos de qualidade, os quais antes mesmo de serem candidatos passaram por uma seleção rigorosa das instituições de ensino superior. Por isso, aqui estiveram os melhores projetos nascidos no ensino
superior”. O responsável congratulou-se ainda pelo facto de nesta edição estarem representados projetos de todos o país, do Minho ao Algarve e ainda da Madeira.
“Esta fase de ideação é talvez a mais crítica. Também aqui se nota a evolução e o papel que este programa tem desempenhado em aproximar a ciência das necessidades da economia. Há cinco anos, tínhamos de bater às portas, solicitando às instituições de ensino superior para mostrarem os seus projetos. Hoje, esse processo é já natural”, acrescenta João Borga.
BfK Rise: Programa de Aceleração Tecnológica de três meses
As ideias de negócio distinguidas ganharam acesso a um programa de aceleração em Ciência e Tecnologia com a duração de 3 meses, também da responsabilidade da ANI. Estão previstas três edições – Norte, Centro e Alentejo – em que os participantes terão ao longo de três meses o acompanhamento próximo de uma rede de mentores, constituída por outros empreendedores, entidades parceiras da ANI, empresas, entre outros. O objetivo é capacitá-los de forma a poderem acelerar o processo de transferência de conhecimento em produtos ou serviços para o mercado.
A final do program BfK Ideas decorreu esta quarta-feira, 27 de outubro, em Coimbra.