O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a União de Créditos Imobiliários (UCI), uma joint venture entre o Banco Santander e o Grupo BNP Paribas, formalizaram um novo acordo para impulsionar a renovação dos edifícios existentes em Portugal e Espanha, refere um comunicado divulgado à imprensa.
Esta nova parceria entre o BEI e a UCI envolve um investimento de 50 milhões de euros numa titularização de 480 milhões de euros de hipotecas residenciais com origem em Espanha (RMBS Prado VIII) e permitirá financiar novos empréstimos verdes e sustentáveis, lê-se no comunicado divulgado pelo BEI. Embora o financiamento esteja principalmente orientado para a renovação de edifícios, também serão elegíveis empréstimos hipotecários para a compra de casas com elevados padrões de eficiência energética, explica a nota.
Esta será a segunda operação realizada pelo BEI com a UCI, tendo a anterior tido lugar em maio de 2020, através do investimento do BEI numa parcela de 100 milhões de uuros do RMBS Green Belém 1 (a primeira emissão de obrigações verdes com garantia hipotecária em Portugal lançada pela UCI). Por esta operação, a UCI recebeu o prémio “Sustainable Finance da Euronext Lisbon Awards” pela sua contribuição ativa para o desenvolvimento do mercado de capitais em Portugal e pelo seu impacto positivo nas questões ambientais, sociais e de governação empresarial.
De acordo com o BEI, o projeto contribuirá para a mitigação das alterações climáticas e está alinhado com a “onda de renovação” da Comissão Europeia. A poupança final total de energia em Portugal e Espanha está estimada em 57,3 GWh/ano a partir do momento em que os fundos sejam totalmente desembolsados, o que corresponde a uma poupança de 10.269 toneladas/ano de CO2 equivalente ao consumo anual de energia de 14 000 lares. Além disso, espera-se que os projetos financiados pela UCI com o apoio do BEI criem cerca de 940 empregos por ano durante o período de construção.
A propósito desta operação o vice-presidente do BEI, Ricardo Mourinho Félix, responsável pela atividade do banco da UE em Espanha, afirma que “atualmente, cerca de 75% do parque imobiliário tem uma baixa eficiência energética e, o que é mais crítico, quase 85-95% deles estarão ainda em uso em 2050.
“Estamos, portanto, muito orgulhosos de apoiar a UCI na condução de projetos e investimentos ecológicos para melhorar significativamente a eficiência energética em Portugal e Espanha”, afirmou ainda o responsável, concluindo dizendo que “a atual pandemia não nos deve fazer esquecer de que a recuperação da economia na Europa deve continuar a concentrar-se na ação climática”.
Por seu turno, o CEO da UCI, Roberto Colomer, declarou: “Estamos orgulhosos de poder alargar a nossa parceria com o BEI para continuar a desenvolver a nossa estratégia de financiamento sustentável na Península Ibérica e contribuir para a descarbonização do parque habitacional em ambos os países”.
Os empréstimos abrangidos por esta parceria cumprirão os critérios estabelecidos pela Federação Hipotecária Europeia no âmbito do Plano de Ação para a Eficiência Energética (EEMI). Em particular, as operações de renovação devem gerar uma melhoria na eficiência energética da propriedade de pelo menos 30%, enquanto o financiamento para a compra de novas habitações deve ter um consumo de energia mais baixo. Ambos os critérios estão de acordo com os estabelecidos para se qualificar para o Selo de Eficiência Energética (EEM Label), uma iniciativa em que a UCI é também pioneira em Espanha e Portugal.
“Estamos satisfeitos em ver que o rótulo EEM está a atuar como um catalisador de mercado que alinha as partes interessadas privadas e o setor público no objetivo comum de criar consciência e um novo paradigma verde com benefícios concretos para os consumidores e transparência para os investidores. O mercado está a virar a página em direção a um futuro mais sustentável para todos”, disse o secretário-geral da Federação Hipotecária Europeia, Luca Bertalot.