O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Galp assinaram três acordos de financiamento para a construção de parques de energia solar e a implantação de estações de carregamento de veículos elétricos (VE) em toda a Península Ibérica, promovendo ações climáticas e a coesão social em algumas das regiões mais frágeis em matéria de resiliência climática e económica, lê-se numa nota divulgada pela empresa.
Globalmente, a Galp e o BEI assinaram um financiamento total de 406,5 milhões de euros, o qual poderá aumentar até 731,5 milhões de euros numa fase posterior, com um montante adicional aprovado de 325 milhões de euros. No total, “os três projetos apoiam ações climáticas e a coesão social, e irão gerar em média um total de 3,6 TWh de energia renovável/ano, o equivalente ao consumo de energia de aproximadamente 940 mil lares”, explica a Galp.
O banco está altamente empenhado com os esforços da União Europeia (UE) para ser climate-neutral até 2050. Através do Climate Bank Roadmap, o BEI pretende mobilizar 1 trilhão de euros para investimentos em ações climáticas e de sustentabilidade ambiental, durante a década crítica que termina em 2030. Para esse efeito, “o Banco irá aumentar gradualmente o financiamento que atribui a estes objetivos para 50% até 2025”, lê-se na mesma nota.
A Galp está totalmente empenhada em ser uma empresa “net zero emissions” até 2050, com objetivos de descarbonização intermédios até 2030. Na sua jornada transformacional, a Galp comprometeu-se a atribuir metade do seu capex líquido de 2021-2025 a projetos relacionados com a transição para um modelo energético de baixo carbono, incluindo 30% em energias renováveis e 5% em novos negócios.
“Temos o prazer de apoiar a Galp no seu percurso de descarbonização e unir forças para promover ações climáticas e a geração de energia renovável tanto em Espanha como em Portugal. Estes três projetos contribuem para os objetivos estabelecidos no Green Deal da UE e irão apoiar os objetivos de descarbonização dos países, ao mesmo tempo que impulsionam o crescimento económico, a criação de emprego e a coesão social”, disse o vice-presidente do BEI, Ricardo Mourinho Félix.
Já o CEO da Galp, Andy Brown, afirma que “o compromisso em ser uma empresa neutra em carbono obriga-nos a sermos ousados nas ações que tomamos hoje, enquanto nos certificamos de que prosperamos durante a transição energética”. Por isso, “o nosso plano de reformular o nosso portfólio já está em curso, com a Galp a acelerar a integração de soluções energéticas de baixa ou nenhuma presença de carbono nos nossos negócios. O apoio do BEI é fundamental para nos ajudar a aumentar o ritmo de desenvolvimento desses projetos”, acrescenta.
O maior acordo anunciado, pela Galp, consiste num empréstimo de energia verde do BEI no montante máximo de 325 milhões de euros, com o objetivo de “financiar a construção de um grande número de parques de energia solar em Espanha”, as quais estão a ser desenvolvidas pela empresa energética e cuja construção deverá começar nos próximos três anos, incluindo a infraestrutura auxiliar de interligação à rede. Segundo a Galp, o portfólio destes sistemas inclui parques de energia solar fotovoltaicas de grande escala com uma capacidade total de cerca de 2 GWp, equivalente ao consumo anual de energia de 866.400 lares. Um montante adicional de 325 milhões de euros poderá também ser assinado sob o formato de Project Finance numa fase posterior, o que significa que o financiamento global do BEI para este projeto poderá ascender a 650 milhões de euros.
O financiamento do BEI irá promover a segurança do fornecimento energético, a luta contra as alterações climáticas, a criação de emprego e a coesão social, contribuindo simultaneamente para os objetivos espanhóis em matéria de energias renováveis estabelecidos nos Planos Nacionais Integrados para a Energia e o Clima (PNEC).
Como resultado do segundo acordo, o BEI irá conceder um empréstimo de energia verde de 40 milhões de euros à Galp para a construção e exploração de quatro parques de energia solar fotovoltaica interligados com uma capacidade total de 144 MWp no Algarve (sul de Portugal), no município de Alcoutim (Viçoso, 48,0 MWp; Pereiro, 18,7 MWp; São Marcos, 48,9 MWp; e Albercas, 28,4 MWp).
Uma vez operacionais, espera-se que os quatro parques de energia solar produzam em média 230 GWh de energia renovável por ano, o equivalente ao consumo anual de energia de 72.800 lares. O acordo contribui para o objetivo vinculativo da Comissão Europeia de ter pelo menos 32% do consumo final de energia proveniente de fontes renováveis até 2030. Este projeto irá também ajudar Portugal a cumprir os seus objetivos do Plano Energético e Climático, que prevêem 47% de fontes renováveis no consumo final bruto de energia até 2030, refere a mesma nota.
Para contribuir para o objetivo da UE de implementar um milhão de estações de carregamento e reabastecimento nas estradas europeias até 2025, o BEI irá providenciar à Galp 41,5 milhões de euros para apoiar a implantação de uma rede de carregamento para VE distribuída por Espanha e Portugal.
O projeto, segundo a Galp, prevê a implantação de 5.500 pontos de carregamento até 2025, 55% dos quais serão localizados em regiões menos desenvolvidas e de coesão de transição em toda a Península Ibérica. “Espera-se também que o acordo contribua para o desenvolvimento do mercado de infraestruturas de carregamento de veículos elétricos, melhorando o desempenho tecnológico, reduzindo os custos iniciais de equipamento, e mobilizando investimentos nas indústrias de veículos elétricos, contribuindo assim para veículos mais eficientes e acessíveis”, refere a mesma nota.
Em conformidade com a Política de Empréstimos para Transportes do BEI, o projeto é apoiado pelo Cleaner Transport Facility (CTF) e beneficia do Connecting Europe Facility Debt, um instrumento financeiro que apoia os objetivos do CTF.
A Galp tem a intenção de expandir a sua oferta de postos de carregamento para 10mil até 2025 na Península Ibérica.