O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal) lançou, numa parceria com a tecnológica C-MORE, uma ferramenta de análise e monitorização do grau de maturidade das empresas em termos de sustentabilidade, e que permite também a gestão dos indicadores ESG – ambientais, sociais e de governança corporativa.
A nova ferramenta surge no âmbito da iniciativa Carta de Princípios e Jornada 2030 do BCSD Portugal, que tem por objetivo reforçar as práticas de gestão sustentável. Utiliza a tecnologia e o algoritmo patenteado da C-MORE – o ESG Maturity.
O BCSD Portugal explica, em comunicado, que ”a ferramenta da Jornada 2030 mede, avalia, e monitoriza o desempenho ESG das empresas, com base em 20 objetivos ambientais, sociais e de governança”. Será possível também obter recomendação baseadas no setor e no plano de ação da empresa.
Neste momento, são três as funcionalidades que sustentam a nova ferramenta. Uma delas é a Biblioteca, que, segundo o BCSD Portugal, centraliza conteúdos que podem apoiar as empresas na transição para a sustentabilidade, “nomeadamente em relação aos 20 objetivos da Jornada 2030 no negócio e na sua cadeia de valor, aos ‘standards’ internacionais de referência já disponibilizados publicamente e conteúdos próprios que cada empresa poderá carregar no seu perfil”.
Há ainda a funcionalidade Questionário, que analisa as práticas de gestão da sustentabilidade das empresas e o seu desempenho nos indicadores ESG da Jornada 2030, e o Painel Geral, onde é sistematizada a informação recolhida no questionário, permitindo às empresas conhecerem o seu desempenho em ESG.
“Têm vindo a ser adotadas diretivas para acelerar a transição das empresas para a sustentabilidade”, “que exigem às empresas responsabilidades crescentes relativamente aos temas ESG a montante e a jusante das suas cadeias de valor”, afirma João Wengorovius Meneses, secretário-geral do BCSD Portugal.
O responsável espera que, “através de ferramentas práticas como esta”, o BCSD possa continuar “a apoiar as suas empresas nos temas ESG”.
Carolina Almeida Cruz, cofundadora e CEO da C-MORE, considera a vantagem que o “ESG Maturity” oferece às empresas que adotarem a nova ferramenta, reconhecendo uma “facilidade em reportar, em comunicar de forma transparente” e uma “análise reputacional” em que “qualquer negócio melhora os seus níveis de confiança”.
“Porque os riscos de não conformidade são muito menores, o que atrai investimento e traz, naturalmente, vantagem competitiva a estas organizações”, complementa a responsável.
A ferramenta da Jornada 2030 permite a qualquer empresa, independentemente da dimensão, da atividade ou do setor, realizar a autoavaliação do grau de maturidade em sustentabilidade e conhecer o respetivo posicionamento na jornada de sustentabilidade, podendo identificar oportunidades de melhoria e boas práticas que podem implementar.
Possibilita também a gestão e monitorização dos indicadores ESG, a identificação de “Objetivos materiais” e de “Metas a atingir”, e disponibiliza um Plano de Ação e respetivos ‘toolkits’ de apoio à execução dessas prioridades.
O BCSD Portugal avança ainda que a ferramenta deverá expandir-se, em breve, para ter mais duas funcionalidades: de Reporting, “para que as empresas possam extrair os seus relatórios”, e de Benchmarking, “que permitirá às empresas comparar o seu desempenho com as demais”.