Baterias solares em painéis nas coberturas dos edifícios deverão revolucionar, em menos de uma década, o aproveitamento da energia solar para abastecer as nossas casas com eletricidade e aquecer água, usando uma tecnologia inovadora que está a ser desenvolvida na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
Trata-se de um semicondutor – por enquanto hematite, mas que dentro de um ano usará um material 10 vezes mais eficiente – desenvolvido no Laboratório de Engenharia de Processos, ambiente, Biotecnologia e Energia daquela escola, que faz a conversão direta da luz solar em energia eletroquímica, armazenada numa bateria redox de caudal (nas quais os compostos químicos estão dissolvidos em soluções líquidas), refere o Jornal de Notícias.
As inovações do projeto da FEUP, dirigido pelo catedrático de Engeharia Química Adélio Mendes, consistem na utilização da nova célula fotoeletroquímica ali inventada que absorve a luz solar através de painéis semelhantes a painéis solares térmicos.
Desse modo, o circuito líquido da bateria/ painel absorve a luz do sol, transformando-a em corrente elétrica, bem como o calor (como a água dos painéis térmicos convencionais) – um painel “três em um”. Além de produzir eletricidade, armazena-a e produz “uma brutalidade de calor” a um custo inferior em 30% a 40% dos painéis fotovoltaicos.
Nas estimativas do cientista, a nova bateria solar deverá ter uma eficiência energética de 80% e um custo de armazenamento de apenas três cêntimos por quilowatt-hora (kWh). Por exemplo, uma área de 20 metros quadrados de painéis produzirá diariamente nove kWh, o equivalente ao consumo médio de uma família.