O ministro do Ambiente e da Ação Climática disse ontem, em Ribeira de Pena, que as barragens do Tâmega representam “uma bateria” que permite compensar a intermitência das fontes renováveis, segundo a Lusa.
“Para termos, em 2030, 80% da eletricidade que consumimos tendo como fonte uma fonte renovável, é absolutamente necessário nós termos um bateria que permita compensar exatamente aquilo que é a intermitência dessas fontes renováveis”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, após uma visita ao Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET). O SET, que inclui as barragens de Daivões, de Gouvães e do Alto Tâmega é um dos maiores projetos hidroelétricos na Europa nos últimos 25 anos, contemplando um investimento de 1.500 milhões de euros.
“Durante muito tempo acreditou-se que essas baterias teriam de ser de origem fóssil, tinha que ser o carvão, o gás, pois não é verdade”, afirmou Matos Fernandes. O ministro frisou que “essas baterias podem ser feitas afinal com o capital natural que Portugal tem e, por isso, a relevância deste conjunto de albufeiras”.
A comitiva que incluiu o primeiro-ministro português, António Costa, e o presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, visitou os trabalhos de execução daquela a que chamam a “gigabateria do Tâmega”, e que, segundo a elétrica espanhola, é “um dos maiores armazenamentos de energia da Europa”.
Esta infraestrutura renovável terá capacidade de armazenamento suficiente para fornecer energia limpa a “dois milhões de casas portuguesas” durante um dia inteiro, o que, de acordo com Ignacio Galán, “contribuirá para os objetivos de redução de emissões fixados pelo governo português”.
Os três aproveitamentos hidroelétricos que integram a “gigabateria do Tâmega” (Gouvães, Daivões e Alto Tâmega), totalizam uma potência de 1.158 megawats (MW). A tecnologia de bombagem hidroelétrica que será usada no empreendimento “será fundamental”, como explicou a Iberdrola, “para garantir a estabilidade do sistema elétrico perante a intermitência das outras fontes de energia renováveis, como eólica ou a solar fotovoltaica, que são chamadas a desempenhar um papel fundamental na transição energética que levará à descarbonização da economia”.
De acordo com a empresa, os trabalhos, que começaram em 2014, já estão concluídos em dois terços. A Iberdrola estima a sua conclusão em 2023, sendo que o aproveitamento de Gouvães e Daivões entrará em operação já em finais de 2021