O Sistema Eletroprodutor do Tâmega é um dos maiores projetos hidroelétricos realizados na Europa nos últimos 25 anos, contemplando a construção de três barragens, 1.500 milhões de euros de investimento e a criação de 13.500 empregos diretos e indiretos. A concessionária Iberdrola fez hoje, em Ribeira de Pena, distrito de Vila Real, uma apresentação pública do projeto, numa altura em que este “já avança em velocidade de cruzeiro”. Vão ser construídas em simultâneo três barragens, estando as obras mais avançadas em Gouvães e Daivões, enquanto na do Alto Tâmega se está na fase de montagem de estaleiro.
Carla Costa, diretora comercial da Iberdrola, frisou, citada pela Lusa, que “se trata de uma das maiores iniciativas da história de Portugal no setor da energia hidroelétrica, representando mais de 50% do objetivo do Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH)”. A responsável destacou ainda os números impressionantes associados ao projeto.
Com um investimento previsto de mais de 1.500 milhões de euros, o complexo contará com uma potência instalada de 1.158 megawatts (MW), alcançando uma produção anual de 1.760 gigawatts hora (GWh), ou seja, 6% do consumo elétrico do país.
“Permite alimentar toda esta região e ainda as cidades de Braga e Guimarães”, afirmou Vítor Afonso, responsável pela fiscalização da barragem Daivões.
A visita ao complexo levou a comitiva a um posto intermédio do sistema de Gouvães e depois aos túneis que vão servir a barragem de Daivões. Durante a visita, Vítor Afonso frisou que, em pico de obra, o empreendimento deverá dar emprego direto a 3.500 trabalhadores e ainda permitirá criar 10.000 postos de trabalho indiretos.
Neste momento trabalham na obra cerca de 500 trabalhadores. Vítor Afonso frisou que 200 foram contratados localmente.
O mesmo responsável destacou que, em termos de fornecedores e empresas subcontratadas, a aposta também “é clara” a nível local. “Atualmente, dos contratos que foram feitos 80% são com empresas portuguesas e muitas delas são desta região”, salientou.
Devido aos impactos decorrentes da construção das barragens, a empresa alocou 50 milhões de euros para contrapartidas aos municípios e projetos de desenvolvimento regional alguns dos quais já estão a ser implementados em Boticas, Celorico de Basto, Chaves, Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena.
A Iberdola reconheceu os impactos inerentes à construção de um empreendimento desta dimensão, no entanto Vítor Afonso frisou que estão “implementados todos os sistemas de monitorização impostos pelos estudos de impacto ambiental”. Segundo a Iberdrola, as barragens do Alto Tâmega deverão estar concluídas em 2023 e o maior volume de trabalhos concentra-se entre os anos 2018 e 2020.