O Geota e a LPN desvalorizaram ontem o cancelamento das barragens do Alvito e de Girabolhos e contestaram o avanço do sistema do Tâmega (três novos aproveitamentos) e o não cancelamento das de Fridão e Foz Tua. Afirmam que são inúteis e custarão aos consumidores mais de 10 mil milhões de euros, refere o Jornal de Notícias.
Reagindo ao anúncio, anteontem, da revisão do programa de novas barragens, o Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e do Ambiente e a Liga de Proteção da Natureza afirmam que, ao manter os aproveitamentos de Daivões, Gouvães e Alto Tâmega, na chamada cascata do Tâmega, ao não cancelar a de Fridão e ao manter a de Foz Tua, “o Governo autoriza a EDP e a Iberdrola a tirar às famílias 10400 milhões de euros”.
Esse valor, que representa 2600 euros por família nos 70 anos de concessão e corresponde a um agravamento médio de 5% na fatura da eletricidade, resulta da imputação aos consumidores dos custos da construção das cinco barragens (pelo menos 2500 milhões de euros) aos quais acrescem os custos financeiros e operacionais (especialmente com a bombagem), explicou o presidente do Geota, João Joanaz de Melo.
Garantindo que continuarão a lutar contra aquelas barragens que responderão por 2% da produção de eletricidade no país, e “não são necessárias para que Portugal atinja as metas” de produção de energia com base em fontes renováveis, aquelas organizações sustentam, em comunicado, que nem sequer são eliminados os subsídios estatais de 22 milhões de euros anuais, durante uma década.