As barragens da bacia do rio Sado apresentam um nível anormalmente baixo de água para esta época do ano. A situação arrasta-se desde 2015, mas agravou-se com um outono e um início do inverno pouco chuvosos, revela o Público. A situação atual é considerada “preocupante” pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e já levou à aplicação de medidas de otimização do uso da água para a agricultura. É a albufeira do Alqueva que está neste momento a suportar o abastecimento das populações na região.
Os dados de janeiro do boletim mensal do Serviço Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH), que acabam de ser publicados, mostram que todas as bacias hidrográficas do país tinham níveis de armazenamento de água abaixo da média para esta altura do ano. Nuns casos, a chuva dos últimos dias mitigou o problema. Noutros, não.
A situação mais complicada encontra-se na bacia do Sado, onde as barragens estão com menos de metade do preenchimento habitual nesta época: a taxa de ocupação está em 28,2% quando a média no período homólogo se situa em 61,6%.
A falta de água na bacia do Sado ainda não obriga, porém, a medidas urgentes, mas está a ser acompanhada em permanência pela Comissão de Gestão de Albufeiras.
Uma solução acionada face à escassez na bacia do Sado foi aceeração da ligação da albufeira do Monte da Rocha, em Ourique, ao sistema do Alqueva. Com custos acrescidos motivados pela necessidade de bombagem de água, é a água que a albufeira do Alqueva tem colocado nas restantes barragens que tem garantido o abastecimento para o consumo humano na região. O Alqueva encontrava-se no final do mês passado com um preenchimento de 77,8%, ligeiramente abaixo da sua média para esta altura do ano (82%).
Quando se analisa os dados de cada uma das 10 barragens da zona hidrográfica do Sado, verifica-se que apenas duas – Monte Gato e Monte de Miguéis – estão acima de 80% da sua capacidade. As situações mais extremas são as de Monte da Rocha (15,9%), e Roxo (15,4%).