O Centro PINUS e a ZERO atualizaram o Barómetro de Investimento Florestal, que é um índice numérico que permite aferir a evolução anual da execução da política florestal. Varia entre 0 e 1, em que 1 significa a plena execução da meta política definida.
Na primeira atualização deste instrumento lançado em 2023, o valor era de 0,33. Passado um ano sobre a publicação do primeiro barómetro de investimento florestal, o valor pouco mudou (0,30) e a tendência de evolução é menos favorável. Enquanto na edição de 2023 os quatro indicadores que integram o barómetro haviam tido uma evolução positiva face ao ano anterior, na atual apenas um indicador não regrediu.
Assim, verificou-se que a execução financeira do principal programa de apoio ao investimento em floresta – o PDR2020 – obteve uma pontuação de 0.55 (+ 0.07 face a 2022). Já a gestão de combustível obteve uma pontuação de 0.29 (- 0.06 face a 2021).
Por sua vez, a recuperação pós incêndio da resinosa autóctone que registou a maior perda de área nos últimos anos – o pinheiro-bravo – obteve uma pontuação de 0.08 (- 0.09 face a 2021). E a área de nova floresta composta por espécies distintas das que têm maior expressão territorial (eucaliptos, sobreiro e pinheiro-bravo) obteve uma pontuação de 0.26 (- 0.07 face a 2021).
A rearborização de pinheiro-bravo tinha ascendido a 9.364 hectares em 2021, valor que ultrapassou a área considerada necessária para repor a área perdida: 8.143 hectares/ano. No entanto, em 2022, o valor foi de apenas 3.753 hectares.
A arborização com espécies com menor representatividade territorial (que não eucaliptos, sobreiro e pinheiro-bravo) também desceu de 1.964 para 1.564 hectares. Este valor é muito inferior ao que seria necessário para alcançar a meta definida no Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica que é de 6.029 hectares por ano.
Já as ações de gestão de combustível chegaram a 73.248 hectares em 2022, o que representou apenas 29% da meta anual definida no “Programa Nacional de Ação do Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais 2030”.
O Centro PINUS e a ZERO lamentam que desde a última edição do barómetro não tenham ocorrido melhorias nos mecanismos de reporte público de informação de investimento florestal. “É que o cenário será, provavelmente, mais favorável do que o barómetro sugere, tendo em conta que há investimento público que se realizou, mas não está a ser devidamente monitorizado”, pode ler-se no comunicado enviado à imprensa, que acrescenta que “cabe ao Governo recentemente empossado a responsabilidade de contribuir para a melhoria dos sistemas de informação, nomeadamente o do PEPAC e a chegada de mais ação ao terreno”.