Qualquer dia, no seu prato de “Bacalhau com todos” não faltarão pedaços de plástico, nomeadamente, de sacos de plástico que, ao degradar-se, se desfazem em fragmentos mais pequenos. Por isso e para assinalar o Dia Internacional Sem Sacos de Plástico, celebrado hoje, dia 3 de julho, a Quercus promove uma campanha intitulada “Bacalhau com todos, foi você que pediu?” que, destinada às redes sociais, mostra o drama da poluição por plástico, um problema à escala global. Neste contexto, a Quercus faz ainda um apelo à total proibição da oferta de sacos de plástico e convida os consumidores a usarem o seu próprio saco reutilizável nas compras.
No arranque de 2015, a lei da reforma da fiscalidade verde introduziu uma taxa de 0,10€ por cada saco de asas em plástico, o que provocou uma forte mudança nos hábitos dos Portugueses que começaram a levar os seus sacos de casa e a reutilizá-los. Isto causou uma redução em cerca de 50% na compra de sacos de plástico nos supermercados.
Mas esta medida não é suficiente. Portugal precisa de proibir a oferta de sacos de plástico em todas as lojas de retalho para garantir a redução do seu uso e o aumento de sacos reutilizáveis, preferencialmente reciclados e recicláveis.
A utilização de materiais em plástico descartável e de curta utilização tem aumentado a um ritmo alucinante nas últimas décadas. Estima-se que a cada minuto se despeje no mar o equivalente a um camião cheio de lixo em plástico, onde se podem encontrar objetos tão diversos como garrafas de água e refrigerantes, copos, garfos, facas, pratos, colheres de café, cotonetes, sacos dos mais diversos tipos, redes de pesca, beatas, esferovite proveniente de embalagens e do setor da construção, entre tantos outros exemplos. De facto, 80% destes materiais em plástico são resultado de produtos consumidos em terra, abandonados sem qualquer critério de seleção ou mesmo nas areias das praias.
Os números falam por si e são assustadores. A ONU estima que a cada ano sejam lançados para os oceanos 8 milhões de toneladas de plástico, o que levou esta organização a lançar campanhas para promover a preservação dos oceanos e da vida marinha para as gerações futuras, apelando à redução do uso de descartáveis e de outros materiais em utilizações supérfluas, como períodos festivos, onde a sua produção é elevada.
Se continuarmos assim, segundo a ONU, em 2050, haverá mais plástico do que peixe nos Oceanos, e o Homem não vai ficar imune a este desastre, pois acabará por absorver toda esta poluição através da sua alimentação, inclusive no seu prato de bacalhau.