A sexta sessão da Academia da Água, organizada pela APRH (Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos), arrancou esta quarta-feira, em Lisboa, com o painel “(Re)pensar a água nas cidades”.
Carla Gomes, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, foi uma das oradoras da iniciativa e veio apresentar um pouco do projeto B-WaterSmart, que se foca nos problemas de escassez de água.
“Cada vez é maior a pressão sobre os recursos devido às alterações climáticas, à maior densidade populacional e ao aumento da procura, como efeito do turismo, essencialmente nas áreas costeiras”, começou por explicar. Atualmente, há um “ponto de tensão na competição de vários setores socioeconómicos pelo consumo da água”, como é exemplo as manifestações dos agricultores na Europa e em Portugal.
Segundo um inquérito realizado pela instituição, a escassez de água é o segundo maior problema ambiental do país, e as pessoas, em geral, estão recetivas a mudanças – a não ser que estas sejam refletidas em custos acrescidos, como tarifas mais altas, onde já se verifica maior resistência da população.
No projeto B-WaterSmart participam 36 parceiros de seis regiões diferentes e o mesmo é uma “proposta para melhorar a governança da água”. E, até agora, já foram divulgados uma série de relatórios que identificam os desafios do setor e que dão recomendações nesta área.
Além disso, acabaram por ser identificadas propostas concretas no horizonte a curto e médio prazo, 2024 e 2030, respetivamente. Por exemplo, para 2030 é necessária uma gestão mais equilibrada da água, uma gestão mais sustentável das águas pluviais, que os grandes utilizadores sirvam de modelo e que a governança seja adaptativa.
Assim, Carla Gomes, na sua exposição, defendeu uma “nova cultura da água com uma forte base territorial e apoiada na digitalização”.
A sexta edição da Academia da Água, organizada pela APRH, realiza-se ao longo desta quarta-feira, dia 10 de abril, no Auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona, em Lisboa.