A Agência das Nações Unidas para os Refugiados, UNHCR, acaba de inaugurar um parque de energia solar no campo de refugiados de Azraq, na Jordânia. Financiado pela campanha “Uma vida melhor para os refugiados” da IKEA Foundation, este projeto vai permitir que a população deste campo de refugiados tenha acesso a energia solar, depois de viver durante dois anos sem eletricidade e também contribuir para a estratégia energética nacional da Jordânia, que visa alcançar uma economia verde até 2020.
Com um investimento de 8,75 milhões de euros, o parque solar foi inteiramente financiado pela IKEA Foundation, que reuniu 30,8 milhões de euros para projetos da UNHCR. Por cada lâmpada LED vendida durante o período da campanha, a IKEA Foundation doou um euro à UNHCR para conseguir levar energia renovável e educação aos refugiados.
A capacidade da instalação fotovoltaica (PV), de 2 megawatts, vai fornecer eletricidade a 20.000 refugiados, que vivem em cerca de 5.000 abrigos no campo Azraq, cobrindo as necessidades energéticas de duas aldeias ligadas à rede nacional.
Com esta central solar será possível economizar 1,5 milhões de dólares ao ano e reduzir as emissões de CO2 em 2,370 toneladas por ano. Assim que a instalação solar fotovoltaica for atualizada para 5 megawatts e estiver a operar em plena capacidade, será capaz de produzir o triplo da energia e reduzir as emissões de CO2, cobrindo todas as necessidades de energia de Azraq. Ligada à rede nacional, a energia gerada em excesso será introduzida, gratuitamente, na rede apoiando as necessidades da comunidade.
A instalação da estrutura solar de Azraq também revelou uma oportunidades de emprego para os mais de 50 refugiados que receberam formação para ajudar a construir o parque, sob a supervisão da empresa solar jordana Mustakbal, que liderou as obras no local. Parte destas pessoas serão também responsáveis pela manutenção da central no futuro.
O campo de Azraq abriu portas em abril de 2014 e está localizado numa área deserta no norte da Jordânia, onde são caraterísticos verões quentes e invernos rigorosos. A falta de eletricidade tem sido um dos principais desafios enfrentados pelos residentes, dificultando as atividades diárias, como cozinhar, lavar a roupa, estudar ou caminhar com segurança em direção à casa de banho durante a noite, sobretudo para mulheres e crianças.
Nos últimos dois anos, os refugiados têm vivido apenas com o apoio exclusivo de lanternas solares distribuídas aquando da sua chegada e com os 476 postes de luz solar instalados numa das aldeias, ambos os projetos financiados pela IKEA Foundation.