Aves migratórias têm população em declínio
Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Convenção sobre Espécies Migratórias (CMS), o Dia Mundial das Aves Migratórias, que teve lugar ontem, 10 de maio, serve para sensibilizar os povos sobre a situação de vulnerabilidade dessas aves. Objeto de estudo e conservação no mundo todo, elas são património de todos os países por onde passam. Algumas espécies estão em ameaça de extinção devido à intervenção do homem nas suas rotas migratórias e locais de reprodução.
Algumas espécies são capazes de realizar deslocações superiores a 30 mil quilómetros por ano. “É uma proeza para aves com espécies que podem chegar a pesar pouco mais de 20 gramas”, explica Danielle Paludo, coordenadora do Plano de Ação Nacional das Aves Limícolas Migratórias, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Por atravessarem diversos países, a sua conservação e a proteção das rotas de migração são da responsabilidade de todos os signatários do tratado.
Em outubro de 2015, o Brasil entrou para a Convenção criada para lutar pela conservação da vida selvagem e dos habitats em escala global. O tratado inclui espécies migratórias terrestres, aquáticas e aéreas. À escala regional, participam do acordo a Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai, responsáveis pelo aprimoramento das medidas de conservação de espécies migratórias na América do Sul.
Rota das espécies
O Brasil ocupa uma posição de destaque no cenário mundial em termos de biodiversidade de aves. O território do país é rota de muitas espécies migratórias, que se deslocam, regular e sazonalmente, entre duas ou mais áreas distintas, sendo uma delas seu local de reprodução.
Segundo Danielle, infelizmente as populações estão em declínio, e algumas espécies desse grupo, como o Maçarico-de-costas-brancas (Limnodromusgriseus), o Maçarico-de-papo-vermelho (Calidriscanutus), o Maçarico rasteirinho (Calidrispusilla) são consideradas ameaçadas de extinção, sendo as duas primeiras na categoria “criticamente ameaçadas”.