Uma rutura no abastecimento de uma caldeira de uma empresa provocou o derrame de cerca de três toneladas fuelóleo para o mar de Peniche, mas a Capitania do Porto garantiu que a maior parte da nafta já foi recolhida, avança a agência Lusa.
“A escorrência de hidrocarbonatos foi detetada cerca das 13:00 de ontem [quinta-feira] junto à praia do Abalo, mas conseguimos identificar a fonte e foi estancada cerca das 14:00”, declarou o comandante do Porto de Peniche, Marcos Augusto.
Ainda assim, o responsável pela capitania estima que “cerca de três toneladas tenham sido derramadas para o domínio público hídrico”, tendo causado “algumas manchas no mar” e o aparecimento, durante a tarde, de manchas de nafta na Praia do Abalo, um pequeno areal que fica a descoberto na baixa-mar e que é utilizado essencialmente por pescadores.
De acordo com Marcos Augusto, “cerca de um terço do areal foi limpo ao final do dia” através da brigada antipoluição da Polícia Marítima com o apoio da empresa responsável pelo derrame, a Plastimar, com sede na zona industrial de Peniche.
Já esta manhã foram concluídas as ações de limpeza no areal, com a nafta “recolhida em sacos que vão ser encaminhados para aterro”, mantendo-se por limpar “uma zona de rochas, em arribas de difícil acesso”, em relação à qual “a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) está a analisar que medidas podem ser tomadas, se a utilização de dispersantes ou se se aguarda que o mar faça a limpeza natural”, acrescentou o comandante do porto.
O derrame de fuelóleo teve origem “no sistema de alimentação de uma caldeira “da empresa Plastimar, confirmou à Lusa o diretor geral Luís Carvalho, acrescentado que “logo que foi detetada a fuga foi cantonada”.
De acordo com a empresa, “na monitorização feita entre as oito e as nove horas da manhã não foi detetado qualquer problema”, suspeitando-se que a fuga tenha acontecido “a meio da manhã”.
Luís Carvalho adiantou ainda que, após reunião com a Polícia Marítima, a empresa “disponibilizou meios no terreno para bombear e limpar os hidrocarbonetos no mar e no areal” e, segundo Marcos Augusto, “está também a colaborar no transporte dos sacos recolhidos para o aterro”.
A ocorrência já foi reportada ao Ministério Público para apurar a graduação da infração. A Plastimar tem sede na zona industrial de Peniche e produz plásticos expandidos, entre os quais poliestireno expandido, espuma de polipropeno, bioplásticos e materiais revestidos com silicatos.