Australianos têm projeto de 120 milhões para ondas de Peniche
As ondas de Peniche são surfadas todos os anos por muitos australianos numa das provas-rainha do calendário mundial. Mas há uma nova leva de australianos em Peniche: o surf ficou para trás, o objetivo agora é produzir energia a partir das ondas, revela o Negócios.
A Bombora Wavepower quer construir uma central de ondas em Peniche com uma capacidade de 60 megawatts (MW). O projeto tem um custo estimado de 122 milhões de euros. A primeira fase desta central vai ser lançada no início de 2017, quando um protótipo de 1,5 MW foi implantado.
“A partir daqui vamos monitorizar a performance e quaisquer impactos ambientais durante um mínimo de seis meses antes de construirmos mais aparelhos”, revela, ao Negócios, Sam Leighton, presidente executivo da companhia.
Mais tarde, serão instaladas três a cinco unidades. Já na terceira e última fase vão ser instaladas as restantes, para alcançar um total de 40 unidades com 1,5 MW cada, para ligá-las à rede elétrica.
A Bombora está no terreno para construir uma rede de parceiros. Já se reuniu com o presidente da Câmara Municipal de Peniche, António José Correia (CDU). E adianta que tem estado em “conversações” com os Estaleiros Navais de Peniche para produzir o conversor de energia das ondas, o mWave.
Um dos parceiros é a Wavec, que está atualmente a “avaliar o recurso das ondas no local e condições locais”. A consultora vai também “dar assistência ao pedido de licenciamento, além de estabelecer ligações aos estaleiros navais de Peniche e de servir de interlocutor com as autoridades locais”, explica a diretora executiva, Ana Brito e Melo.
A versão final da central vai ter uma extensão de 2,5 Km, localizada a 700 metros da costa. Os conversores vão ficar instalados a 10 metros de profundidade, com a eletricidade a seguir para terra via cabos submarinos.
A Bombora garante que o custo da eletricidade produzida com a sua tecnologia vai estar, em 2023, ao nível dos parques eólicos marítimos e das centrais solares.