Segundo dados das Contas das Emissões Atmosféricas do Instituto Nacional de Estatística – que faz uma análise desde 1995 – em 2013 registou-se uma percentagem de 59,2% de produção de energia elétrica a partir de energia renovável, o que representa um “máximo histórico”, que terá , também, sido num fator determinante para a redução do potencial de aquecimento global no país.
O INE lembra que cerca de 30% do total de emissões causadoras do potencial de aquecimento global dependem das formas de energia utilizadas pelo ramo “energia, água e saneamento”. A fonte hídrica apresenta um peso especialmente significativo, mas é muito condicionada pelos níveis de precipitação registados em cada ano. Ainda assim, este constrangimento ligado à chuva tem-se vindo a atenuar desde 2005, à medida que cresce de forma gradual o peso da produção de energia eólica no total de produção de eletricidade. Segundo dados do INE que citam números da Direção-geral de Energia e Geologia, em 2013 o peso relativo da produção de energia eólica foi de 23,3%, enquanto o da hídrica foi de 28,8%. Contudo, em 2012, a energia eólica conseguiu mesmo registar um peso superior ao da hídrica.
Recordando que a queima de combustível é a principal fonte de emissões poluentes atmosféricos, a análise do INE elenca as formas de energia mais utilizadas pela economia, concluindo que, em 2013, o gasóleo continua com um peso mais relevante. Aliás, de 2012 para 2013 nota-se o aumento do peso do consumo energético de gasóleo, passando de 24,6% para 26,2%. Segue-se o gás natural (18,4%) e o carvão (15,1%) que, juntamente com o gasóleo, representam cerca de 60% do total de energia consumida no país e associada às emissões poluentes. O INE frisa que a importância relativa do gás natural tinha-se acentuado até 2011 – quando atingiu um peso máximo de 22% – mas reduziu-se em 2013 para os 18,4%.
“Positivo” é a perda de relevância que tem assumido o fuelóleo (extremamente poluente), que registou em 2013 um peso relativo de 3,7%, quando era a forma de energia associada às emissões mais utilizada pela economia em 1995, na altura com um peso de 21,2%.
Numa análise aos principais produtos energéticos consumidos pelas famílias portuguesas, o INE demonstra que em 2013 o gasóleo continuava a ser o mais consumido, o que acontece já desde 2008, seguindo-se a eletricidade (22,4%), a gasolina (20,5%) e a biomassa (18%).
Comparando 2013 com o período de 1995/1999, verificou-se um aumento da importância relativo do gasóleo, da eletricidade e do gás natural nos consumos das famílias em Portugal. Por outro lado, diminuiu o peso da gasolina, mas também a biomassa e o GPL perderam importância.