O ASTRIIS é um projeto português de apoio ao crescimento sustentável da Economia do Mar. Nasce com o objetivo de responder à necessidade de se agregar, cruzar e analisar informação e conhecimento sobre o meio marinho e a sua interação com as infraestruturas aí colocadas, explica o ISQ, promotor do projeto, num comunicado.
A partir da aquisição de dados, combinado com a modelação numérica e previsão, o ASTRIIS vai responder a várias necessidades de mercado, nomeadamente ao nível de “regulação do espaço marítimo e da gestão sustentável e integrada da exploração dos oceanos e zonas costeiras” e “processos e estruturas de decisão, e produtos digitais abertos à sociedade em matéria de literacia dos oceanos”.
De acordo com Mário Ribeiro, investigador sénior do ISQ, “o ASTRIIS é um projeto mobilizador que tem, precisamente, como objetivo o desenvolvimento de conhecimento técnico-científico para a conceção e implementação de produtos e serviços de informação integrados e customizáveis — e respetivos protótipos demonstradores —, bem como a sua aplicação e exploração em setores da Economia do Mar com elevado potencial de desenvolvimento e de criação de valor”. É o caso da geração de eletricidade com eólicas offshore: “Este projeto tem a ambição de desenvolver um conjunto de serviços (soluções integradas) dirigidos a diferentes setores relacionados com o mar, que tirem partido da capacidade de integração de múltiplas fontes de dados e modelos para produzir informação de valor acrescentado focada nas necessidades dos utilizadores”, acrescenta o responsável.
Segundo o ISQ, pretende-se romper com o atual paradigma assente na dispersão e, por vezes, inexistência de informação e do conhecimento sobre o meio marinho e a sua interação com as infraestruturas que aí são colocadas, nomeadamente as eólicas offshore. Efetivamente, embora existam muitas bases de dados nacionais e internacionais, bem como modelos numéricos de previsão, permanecem lacunas significativas de conhecimento baseado em observação do meio marinho com meios in-situ.
“Além disso, faltam também racionais de utilização e de novos algorítmos que redundem em aplicações baseadas em estratégias de observação da terra (OT), quer por plataformas espaciais, quer por meios aéreos”, destaca Paulo Chaves, responsável pelo Laboratório de Ensaios Especiais do ISQ. Acresce que, “não existem ainda facilidades, para um operador não especializado, poder agregar, cruzar e analisar esta significativa quantidade de dados numa utilização efetiva para fins específicos. O ASTRIIS vem colmatar esta insuficiência”, indica.
Para atingir o objetivo, foi desenhada uma estratégia de construção de oferta de produtos e serviços que emerge da aquisição de dados por via da observação in-situ e da deteção remota. Estes dados, combinados com a modelação numérica e previsão, darão resposta a necessidades de mercado no âmbito da regulação do espaço marítimo e da gestão sustentável e integrada da exploração dos oceanos e zonas costeiras, bem como dos processos e estruturas de decisão, ou ainda como produtos digitais abertos à sociedade em geral numa ótica de utilização em contextos formativos ou educacionais (literacia dos oceanos).
Entre os promotores do projeto, para além do ISQ estão a Tekever, CoLAB +ATLANTIC, CEiiA, ISR, MARETEC e CERENA do Instituto Superior Técnico, LSTS da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Universidade do Algarve, Universidade do Minho, WavEC, Oceanscan, Abyssal, Hidromod e Spinworks.