Durante a reunião anual da EUWMA – European Union of Water Management Associations, que decorreu esta semana em Évora, as associações europeias do setor congratularam-se pelo facto de Ursula Von der Leyen ter voltado a colocar a Estratégia de Resiliência Hídrica na agenda e foram unânimes em considerar que esta é uma prioridade máxima no contexto da UE, dada a relevância que o abastecimento e a gestão da água têm vindo a ganhar no espaço europeu, como reflexo das alterações climáticas e da necessidade de modernização e do consumo racional e eficiente da águas.
Os responsáveis das várias associações que compõem a EUWMA, decidiram também levar a Bruxelas uma estratégia comum que influencie as políticas europeias em torno das questões da quantidade e da gestão da água, e consideram que é preciso desenvolver uma ação urgente e uma estratégia a longo prazo para a água na UE que assegure o futuro das regiões e das suas populações.
Segundo José Núncio, Presidente da FENAREG, que assumiu a presidência da EUWMA na reunião de Évora, para o período de 2024-2025, tendo como tema central a Gestão e o Armazenamento de Água: “este é o momento em que temos de passar das palavras aos atos, relativamente à forma como a água é captada, transportada, armazenada e gerida, permitindo que o regadio se torne mais sustentável e capaz de responder às necessidades criadas pelas alterações climáticas. Todas as associações consideraram de extrema importância que a Estratégia de Resiliência Hídrica da UE tenha voltado a ser colocada na agenda estratégica 2024-2029 pela Presidente da Comissão Europeia, mas temos de dar prioridade à luta contra secas e inundações para salvaguardarmos o nosso futuro e o da água. Este é um assunto que não pode ser adiado e que requer uma ação urgente e imediata, ancorada numa estratégia de longo prazo e que seja concertada entre todos os países. A água, tal como defendido tanto pelo nosso Ministro da Agricultura e Pescas, como também pela nossa Ministra do Ambiente, tem de ser uma prioridade política, estratégica e financeira para a UE. Dela depende a segurança alimentar na Europa, bem como a competitividade, e a coesão social e territorial. Nesse sentido, a EUWMA irá defender em Bruxelas uma estratégia comum que influencie as políticas europeias em torno das questões da quantidade e da gestão da água e que contribua para dar a este tema o protagonismo de agenda que todos precisamos que tenha”.
“O desafio da água, será provavelmente o maior do nosso século e passa por uma transformação profunda que já está em curso, que exige inovação contínua, conhecimento, tecnologia, mas também vontade política e financiamento que terá de ser também europeu e que não pode vir exclusivamente da PAC, que tem um outro objetivo que não podemos perder de vista (produzir alimentos em quantidade suficiente, que tenham qualidade e preços acessíveis, assegurando em todo o processo que se cumprem as melhores práticas e os mais elevados padrões ambientais). Para sermos bem-sucedidos no desígnio europeu de uma gestão eficiente e circular da água, é imperativo mobilizar regiões, instituições supranacionais, países, governos, associações setoriais, utilizadores, agricultores e regantes, num esforço conjunto de mudança que terá de ser transversal, até porque dele dependerá largamente a sobrevivência da própria humanidade,” concluiu o responsável.