Associações felicitam Governo pela rejeição à mineração em mar profundo
A ANP|WWF e a SCIAENA reagem positivamente às declarações de António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar, que rejeitou esta quarta-feira, 6 de junho, nos Açores, uma possível aposta na Mineração em Mar Profundo como estratégia política do atual Governo.
“Com as declarações do Ministro da Economia e do Mar estão reunidas as condições para se decretar formalmente uma moratória à mineração no mar profundo português, devendo o Governo defender também uma moratória global para as águas internacionais”, declara Ângela Morgado, Diretora Executiva da ANP|WWF, citada numa nota.
De acordo com as ONG´s, esta mudança de posicionamento da parte do Governo surge no seguimento da “pressão por parte de investigadores e da sociedade civil”, sendo a mais recente uma petição lançada no dia 1 de julho pela a ANP|WWF – com subscrição inicial de mais de 30 outras organizações e que conta já com mais de 1300 assinaturas de cidadãos – que apela ao primeiro-ministro, António Costa, que decrete uma moratória à mineração no mar profundo português (e defenda o mesmo para as águas internacionais) até que os riscos ambientais, sociais e económicos sejam compreendidos, e esteja claramente demonstrado que esta atividade pode ser gerida de forma a assegurar a efetiva proteção do ambiente marinho e a evitar a perda de biodiversidade.
Ana Matias, coordenadora de Pescas e Aquacultura na Sciaena, reforça que “Portugal deve posicionar-se ao lado de países como os que lançaram a aliança na Conferência dos Oceanos da ONU na semana passada e apoiar uma moratória à atividade com efeitos imediatos. Há que minimizar os riscos de esta se iniciar nas próximas décadas e, para isso, uma moratória é a única opção, como pede a sociedade civil.”
Na mesma nota, a ANP|WWF e a SCIAENA apelam ao Governo que decrete formalmente esta moratória, de forma a que não haja qualquer subterfúgio legal para possíveis avanços desta indústria no nosso país.