A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) mostrou-se preocupada com o futuro da agricultura europeia e portuguesa e defendeu que o ministro Capoulas Santos “está em ótimas condições” para assumir a pasta de comissário europeu.
Em comunicado, citado pela Lusa, a associação indicou que o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020 foi “mal desenhado”, necessitando de “diversas emendas ao longo do seu percurso”, o que levou ao aumento das dúvidas sobre a futura Política Agrícola Comum (PAC) e a sua adaptação a Portugal.
Para a associação, a Europa ainda não conseguiu dar respostas a questões como “qual o rumo da agricultura europeia para o futuro?”, “que agricultores a futura PAC pretende privilegiar na Europa?” e “que políticas de incentivos para os jovens agricultores?”.
!Com eleições à porta a AJAP fica perplexa com a ainda ausência de respostas a muitas questões, desde logo a previsível diminuição financeira em relação ao segundo pilar da PAC para Portugal!, lê-se no documento.
No entanto, atendendo a “algumas prioridades” que o ministro da Agricultura introduziu em Portugal, como o Programa Nacional de Regadios e o estatuto do Jovem Empresário Rural, a AJAP entende que “o ministro português está em ótimas condições” para assumir a pasta de Comissário Europeu para a Agricultura e Desenvolvimento Rural.
“Por cá semeou ideias, algumas foram germinando e outras concretizadas. Importava agora que a sua visão global sobre a agricultura na Europa face ao seu ‘curriculum’ europeu, e sensibilidade em relação a outros continentes, nomeadamente África, pudesse ser associado a um quadro de maior responsabilidade e de intervenção política integra e estratégica para a Europa”, defenderam.
Os jovens agricultores vincaram ainda que as próximas gerações não podem ser comprometidas, sendo urgente “minimizar o fenómeno” das alterações climáticas.
“A Europa para ser ainda mais respeitada, tem de dar uma resposta exemplar nesta problemática, para que outros possam seguir a sua prática e mais facilmente possa influenciar os mais sépticos em relação a este problema […]. Alterações climatéricas, ecossistemas destruídos, ausência de água, despovoamento e abandono dos territórios rurais são ameaças mundiais que não podem deixar indiferente quem assume responsabilidades políticas, sob pena de amanhã ser tarde”, concluiu a associação.