Associação de Bioenergia Avançada recorda que óleos alimentares usados podem ter uma segunda vida na mobilidade
A Associação de Bioenergia Avançada (ABA), no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, procura sensibilizar para a recolha dos óleos alimentares e explicar como estes, após transformados, podem ser reutilizados como fonte de energia para uma mobilidade sustentável.
De acordo com o último relatório da APA, das 125 mil toneladas de óleo alimentar introduzido no mercado português, apenas 43 mil toneladas foram recolhidas para valorização, sendo que as restantes acabaram em esgotos e, consequentemente, nos oceanos. “São valores alarmantes, tendo em conta que um único litro de óleo alimentar é capaz de poluir um milhão de litros de água”, alerta a associação num comunicado.
“O setor doméstico é ainda o que menos contribui para a recolha de óleos alimentares usados. Isto acontece porque uma grande parte dos portugueses ainda não sabe que ao reciclar os óleos alimentares consumidos em casa, está a contribuir para reduzir as emissões de gases de efeito de estufa e para ajudar a gerar postos de trabalho em Portugal, assim como a aumentar a independência energética nacional. Este produto, que está em quase todas as cozinhas portuguesas, pode ser determinante no processo de descarbonização dos transportes e na promoção de uma mobilidade mais sustentável” afirma Ana Calhôa, secretária-geral da ABA.
De acordo com a ABA, depois de colocado nos oleões, o óleo alimentar usado é recolhido e enviado para unidades de tratamento e transformação de resíduos. Após este processo, o resíduo é encaminhado para fábricas de biocombustíveis de resíduos e avançados e incorporado nos combustíveis fósseis disponibilizados aos consumidores nos pontos de abastecimento tradicionais, acrescenta a associação.
“Promover a recolha de óleos alimentares é um esforço que deve ser feito por todos. As gerações mais jovens estão mais atentas, muito devido às ações que as empresas desenvolvem junto das escolas, por isso, o nosso foco agora, deve ser a população adulta que não está familiarizada com o processo de recolha. O Governo também deve apoiar, estimulando e apoiando, por exemplo, com a colocação de mais pontos de recolha e com a designação de uma cor associada à reutilização do óleo usado, para que as pessoas possam associar, tal como fazem com a reciclagem do cartão, do plástico e do vidro” acrescenta Ana Calhôa.
Atualmente, já existem diversos mapas que identificam os pontos de recolha de óleos alimentares usados e, cada vez mais, o número de projetos promotores da recolha deste resíduo estão em crescimento.