O Grupo Municipal do PAN propôs ontem, à Assembleia Municipal de Lisboa, uma recomendação para que a Câmara Municipal declarasse emergência climática como forma de reconhecer este problema como uma prioridade, comprometendo-se a implementar medidas necessárias e urgentes de combate aos efeitos das alterações climáticas. Este ponto da recomendação foi reprovado com os votos contra do PS, PSD e dois deputados independentes.
Esta recomendação visava, em primeiro lugar, reconhecer a emergência climática em que vivemos e, em segundo, propõe que a Câmara Municipal se comprometa a tornar Lisboa numa cidade neutra em carbono até 2030, e que retome e implemente o Plano de Ação para a Adaptação às Alterações Climáticas, proposto pelo PAN já em 2017, ponto este que foi aprovado.
“Não temos ‘Planeta B’! Esta é a única casa que temos. É triste pensarmos que somos, provavelmente, a última geração que pode travar os efeitos das alterações climáticas. Não vamos conseguir, enquanto coletivo, responder a esta problemática se não a reconhecermos como uma prioridade! A emergência climática em que nos encontramos é o resultado desastroso e irreversível das ações humanas, pelo que cabe-nos a nós agir agora!”, afirma a deputada municipal do PAN Inês de Sousa Real.
Nesta recomendação, o Grupo Municipal do PAN refere os estudos da academia que alertam para o facto de, já em 2050, a Praça do Comércio e a área destinada à construção do novo aeroporto do Montijo poderem ficar submersas na maré alta, o que coloca cerca de 146 mil pessoas numa situação vulnerável. Esta situação levará a vagas de refugiados climáticos por todo o país e por todo o mundo, pois irá provocar o deslocamento forçado de milhões de pessoas.
De relembrar que, na Assembleia Municipal de Lisboa, o Grupo Municipal do PAN já apresentou, neste mandato, cerca de 20 iniciativas relacionadas com ambiente e alterações climáticas. Esta recomendação surgiu no seguimento do debate “Emergência Climática – A necessidade de um novo paradigma”, uma iniciativa do Grupo Municipal do PAN, que decorreu ontem na Assembleia Municipal. Este debate teve como objetivo juntar todas as forças políticas para que, em conjunto, pudessem discutir políticas públicas ambientais para que, a nível local, o município pudesse agir em prol do bem-estar planeta e de todas as espécies que nele habitam, tornando assim consequentes as reivindicações dos milhares de jovens que têm saído às ruas e reclamado pelo reconhecimento da emergência climática.