Os aspiradores ruidosos e ineficazes deixam de ser permitidos no mercado da União Europeia a partir de sexta-feira, revelou a associação ambientalista Zero, segundo a qual as novas regras vão ajudar a reduzir a conta da energia.
Em comunicado, a Zero lembra que deixam de ser permitidos no mercado aspiradores que consumam mais de 900 watts e excedam os 80 decibéis de ruído e que o barulho provocado por diversos equipamentos domésticos “excede o de um camião a passar próximo ou [o de] locais mais ruidosos de trânsito em grandes cidades como Lisboa e Porto”.
As novas regras, ao não permitirem no mercado modelos que excedem os 80 decibéis, também evitarão “efeitos adversos para a saúde relacionados com a poluição sonora e a reemissão de poeira”, recorda a Zero, lembrando que, no entanto, a venda de aparelhos em stock com indicadores acima do agora permitido continuará a ocorrer.
As regras definidas em 2013, que também incluíram uma proibição em 2014 de aspiradores com potência acima dos 1.600 watts, “economizarão no total da União Europeia cerca de 20 terawatt-hora por ano até 2020”, o que equivale a 40% do consumo anual de eletricidade de Portugal.
“A Comissão Europeia estimou que os consumidores da UE podem economizar até 70 euros nas contas de energia ao longo da vida de um produto mais eficiente”, escreve a Zero, que sublinha igualmente o quão prejudicial o excesso de ruído pode ser para a saúde.
“De acordo com especialistas, a exposição repetida a altos níveis de ruído na ordem de 85 decibéis pode causar perda auditiva permanente e outros problemas”, recorda.
Na UE, apenas um ano após a entrada em vigor dos novos padrões, uma avaliação do mercado mostrou que produtos mais eficientes em termos de energia estão a substituir rapidamente os modelos ineficientes.
“Em 2015, produtos de classe A eficientes em termos de energia já representavam 39% das vendas”, sublinham os ambientalistas, que chamam a atenção para a necessidade de algumas melhorias nesta área.
Entre elas estão as metodologias de teste de eficiência utilizadas por alguns fabricantes que, segundo a Zero, “precisam de refletir melhor as condições reais da vida”.
“O problema é que os testes laboratoriais são atualmente executados exclusivamente com sacos de pó vazios, embora o pó possa afetar a eficiência energética de um aspirador e, portanto, resultar num desempenho mais fraco à medida que os sacos acumulam pó”, exemplifica.
A Zero aponta ainda o facto de o longo processo de consulta ter arrastado a manutenção de rótulos de eficiência energética para aspiradores confusos (A +, A ++, A +++), enquanto a legislação mais recente da UE sobre rotulagem energética reverteu a etiqueta para a escala original fechada (de A a G), que os ambientalistas consideram mais direta.
*Foto de Lusa