ASPEA promove implementação de sensores em escolas para alcançar ar mais limpo

No Dia Internacional do Ar Limpo, que se celebrou ontem, dia 7 de setembro, a Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) apelou a que as diferentes entidades, nomeadamente agentes políticos e comunidade estudantil trabalhem em conjunto para monotorização e definição de medidas para melhorar a qualidade do ar ambiente. Recorde-se que o Dia Internacional do Ar Limpo foi proclamado na Resolução 74/212 da Assembleia Geral da ONU de 19 de dezembro de 2019.

Com o objetivo de salientar a importância da qualidade do ar e sensibilizar a população para a importância de conhecer e proteger este elemento fundamental à vida, a ASPEA promove, desde 2020, o projeto MAPeAR, o qual assenta na implementação de uma rede de cerca de 40 sensores em escolas nacionais, os quais permitem avaliar a qualidade do ar ambiente nas áreas urbanas das escolas associadas e contribuir, assim, para uma maior aproximação dos jovens às instituições do poder local e, consequentemente, contribuir para os processos de democracia participativa.

“Estes sensores medem a concentração de partículas PM2.5 e PM10, consideradas pela OMS² como os poluentes do ar que mais pessoas afetam no mundo, sendo um bom indicador da qualidade geral do ar. A partir dos dados obtidos pela nossa rede, esperamos contribuir para informar o público das concentrações destes poluentes e dos perigos que eles representam para a saúde”, explica Joaquim Ramos Pinto, presidente da ASPEA.

“Com estas informações, será possível estimular a participação cidadã, de forma a influenciar políticas públicas locais e nacionais, no sentido de serem tomadas medidas de forma a melhorar a qualidade do ar, como o estímulo da mobilidade suave, a transição para a descarbonização e uma regulamentação mais apertada das principais fontes poluidoras na indústria, que poderão ser identificadas a partir dos dados dos nossos sensores”, acrescenta o responsável.

O projeto MAPEAR, refira-se, usa dois tipos de dispositivos de monitorização: fixos e móveis. Os dispositivos fixos são instalados num local em contacto com o ar externo, dentro das imediações de uma escola ou num dos núcleos da ASPEA.

Segundo Joaquim Ramos Pinto, presidente da ASPEA, as escolas têm um papel importante na monitorização colaborativa da qualidade do ar ambiente, contribuindo, assim, para introduzir metodologias de investigação-ação nas comunidades educativas, em temáticas ambientais menos desenvolvidas nas escolas, nomeadamente a qualidade do ar ambiente (partículas PM10 e PM2,5) e os seus efeitos sobretudo na saúde humana e, deste modo, incentivar à participação ativa no quotidiano das comunidades e cidades em que as escolas se inserem – trata-se de enraizar a “aprendizagem fora de portas” através do recurso às novas tecnologias ao dispor da ciência cidadã.

Com implementação do projeto MAPeAR, a ASPEA tem vindo a capacitar professores de escolas do 3º ciclo do ensino básico e secundário como monitores e agentes multiplicadores da Rede MAPeAR nas temáticas da qualidade do ar ambiente, democracia participativa, políticas públicas e saúde pública.

“Pretendemos continuar a contribuir para uma consciencialização crítica individual e coletiva a nível escolar e das comunidades no entorno das escolas associadas, bem como para o delinear de influência e propostas em políticas públicas locais enquanto cidadãos ativos e a participação em consultas, orçamentos participativos e outros instrumentos de participação pública”, refere ainda Joaquim Ramos Pinto