“Careforest” é o novo projeto europeu em que a ASPEA participa como parceiro no âmbito do programa Erasmus+ nº 2019-1-ES01-KA201-065866.
O financiamento comunitário, que atinge quase 300 mil euros, foi obtido pelo programa Erasmus+, o instrumento financeiro da Comissão Europeia para a Educação. Neste caso, a capacitação para a educação florestal da comunidade escolar, desde os organismos de tutela educativa, aos professores e alunos, será o enfoque principal deste projeto que terá a duração de dois anos. A primeira reunião dos parceiros do projeto acaba de decorrer em Balikesir, na Turquia.
Nos anos mais recentes, os mediáticos acontecimentos ligados às florestas, tais como os catastróficos incêndios de proporções nunca antes registados tanto na Península Ibérica como na Escandinávia, assim como a galopante desflorestação na região dos Cárpatos que tem motivado intensas manifestações por parte das populações, demonstram a urgência da necessidade de mudança de paradigma na educação para a conciliação da vivência humana com a preservação dos espaços florestais na Europa.
Joaquim Ramos Pinto, presidente da ASPEA, refere que o projeto CareForest partiu da necessidade de criar recursos educativos inovadores, adaptados às problemáticas relacionadas com as florestas que se verificam em diferentes países europeus. Simultaneamente, pretende-se que a comunidade educativa venha a dispor de ferramentas que complementem e enriqueçam o ensino das matérias curriculares, tornando-o mais cativante e divertido.
Um dos objetivos principais do projeto é conferir competências tanto de literacia como de cidadania ambiental, por exemplo para a adaptação às alterações climáticas, e mitigação dos seus efeitos, assim como a capacitação para interpretação dos fatores de risco que conduzem aos incêndios florestais e o conhecimento das medidas de prevenção e mitigação.
Para tal far-se-á valer do que atualmente são consideradas competências-chave em todo o mundo: as tecnologias da informação, a matemática e ciências, e ainda as competências para a cidadania ativa e vivência em comunidade.
Em conjunto, serão produzidos recursos digitais dedicados e interativos, designadamente um e-book e uma plataforma digital. O processo de criação destes materiais de aprendizagem irá envolver toda a comunidade educativa assim como outros parceiros estratégicos, tais como organizações não governamentais, municípios, empresas e escolas.
O projeto contará ainda com a realização de workshops e um curso de formação para educadores, recorrendo a técnicas pedagógicas adaptadas aos públicos-alvo, sendo assentes num modelo de aprendizagem horizontal e participativo.
Para Joaquim Ramos Pinto. o projeto apresenta desafios para uma educação aberta, através de práticas inovadoras, em que os alunos e professores trabalharão os temas do projeto no âmbito da Educação para a Cidadania. Para tal este projeto vai integrar escolas associadas do concelho de Aveiro e outras do distrito, estando já confirmada a adesão da Escola Secundária Dr. Mário Sacramento.
O consórcio é composto por organizações comprometidas a conduzir a gestão da educação à terceira década do séc. XXI. A coordenação do projeto estará a cargo da Conselho para a Educação da Junta da Galiza.(Espanha). Participam, na sua componente técnica a Atin Services,(Espanha) uma empresa perita em assessoria, tecnologia e investigação ao serviço da Educação. Em Portugal a parceria é composta pela ASPEA e pelo Município de Lousada, que se constituem enquanto interface entre o projeto e a comunidade escolar, tendo ainda como responsabilidade a elaboração dos conteúdos didáticos dos recursos a produzir. Realça-se ainda o papel que a ASPEA terá, através da Quinta Ecológica da Moita, na implementação prática do projeto, levando os participantes a experimentar e experienciar o que é a gestão florestal sustentável. Em representação da Roménia participa a Agência para o desenvolvimento sustentável da área metropolitana de Brasov, na Transilvânia, região rica em recursos florestais. O consórcio completa-se com a Escola Superior de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Bryne na Noruega, que participará na validação metodológica e prática dos recursos e conteúdos a produzir no âmbito do projeto CareForest.
Como refere Nelson Matos, coordenador do projeto, “espera-se um aumento da consciência relativa à importância das florestas enquanto recurso de vida e bem-estar, desenvolvendo de forma participativa investigações que realcem os efeitos das atividades antropogénicas, com especial enfoque na ligação entre alterações climáticas e incêndios florestais. Procurar-se-á melhorar o conhecimento sobre os impactes das atividades humanas nos ecossistemas, ao mesmo tempo que se formam cidadãos cada vez mais alerta para os problemas que se colocam neste âmbito, dotando-os desde cedo de competências para as respostas que se afiguram cada vez mais necessárias”.