A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 660 milhões de pessoas não têm acesso a água limpa e que mais de três milhões de pessoas morrem, todos os anos, devido a doenças relacionadas com a falta de qualidade da água. Foi a pensar nestes dados que, Theresa Dankovich, criou o Drinkable Book, revela o jornal Público.
O segredo esconde-se nas suas páginas que, podem ser arrancadas e utilizadas como filtros de água, que removem 99% das bactérias da água contaminada, como a E. coli e a salmonela. Os livros contêm informações sobre a água e instruções como utilizar as suas folhas para transformar a água contaminada em água própria para consumo.
O funcionamento do livro é muito simples: arranca-se uma das páginas que vai servir de filtro, coloca-se na caixa dos filtros, que é usada para guardar o livro e verte-se a água contaminada. Passado uns minutos, essa mesma água está pronta a consumir, sem qualquer problema para a saúde. Cada filtro tem a duração de trinta dias e consegue filtrar cem litros de água contaminada. Por enquanto, os livros ainda não estão à venda. A campanha no Indiegogo ainda está a decorrer, com o objetivo de angariar 30.000 dólares, que correspondem a 27 mil euros, para fabricar os primeiros mil livros.
A ideia de Theresa surgiu no decorrer da sua tese de doutoramento na Universidade McGill, em Montreal, no Canadá. A investigadora percebeu que a prata matava as bactérias presentes na água e que não a tornava prejudicial para a saúde. A partir disto, inventou um papel com nanopartículas de prata e desenvolveu um método de filtrar a água simples, económico e amigo do ambiente.